O caderno Actual do Expresso é uma fonte inesgotável de demonstrações da dependência da arte independente ou, se quiserem, de materializações da Cóltura (com maiúscula), a actividade das pessoas cóltas, que concebem óbjectos cólturais invendáveis.
Uma vez mais, o caderno traz no seu bojo um acervo de pedidos, exigências, constatações, solicitações, exposições, apoios mendigados, concursos criticados, prémios anunciados. Numa só palavra, a Cóltura do Actual só trata de dinheiro.
Só trata de dinheiro, e nisto é igual ao Banco Privado Português. Igual mas diferente, porque o BPP paga a publicidade mais inteligente que se pode ler na imprensa portuguesa. O penúltimo anúncio, escrito por Miguel Esteves Cardoso, e o último de José Eduardo Agualusa, são exemplos notáveis de humor refinado e de bom gosto ou, dito de outro modo, são objectos culturais vendáveis e portanto vendidos.
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