02/02/2005

DIÁRIO DE BORDO: Eleições no Iraque - o falhanço das profecias

Duma maneira ou doutra, o marxismo inspirou e inspira toda a esquerda e, notoriamente, a esquerdalhada, nas suas diversas modalidades. Sendo o marxismo uma doutrina escatológica e messiânica, construída sobre uma base pretensamente científica, que atribui à história um sentido e um desfecho, é natural que os marxistas, e com eles a maior parte da esquerda, antecipe o seu devir não com os falíveis instrumentos de análise das ciências mas com o expediente das profecias.

A frequência com que as profecias desses profetas falham seria, se o marxismo fosse uma teoria científica, o desmentido cabal da sua utilidade como instrumento de previsão. Desde o falhanço da previsão do local de nascimento do socialismo, que Marx situava na Inglaterra da revolução industrial, ou em França, e que veio a ter lugar no país mais atrasado do mundo civilizado de então, até aos dias de hoje não faltam inúmeros exemplos que ilustram a completa inutilidade desta «teoria» para antecipar o futuro económico, social e político e a sua falta de aderência aos factos históricos. O Impertinências não resiste à facilidade e lembra uma profecia recente dum marxista menor doméstico, o professor de estórias Fernando Rosas, que profetizou para breve o fim do capitalismo quando o barril de petróleo chegasse ao 80 dólares.

As profecias da esquerdalhada em relação ao Iraque, parte delas agora convenientemente esquecidas, começaram com o previsão do levantamento contra o invasor ianque do povo iraquiano seguido do dos povos islâmicos. Isto conduziria, segundo a profecia, a uma longa e sangrenta batalha que levaria o invasor ianque a lembrar o Vietname com saudade. Por muito que o derrube do regime de Saddam não tenha sido uma parada militar, só um esquizofrénico veria parecenças com o cenário dantesco figurado por essas mentes. Falhada aquela, partiram para outras profecias: adiamento sine die das eleições ou o seu fracasso por serem uma farsa ou porque as urnas conteriam os corpos dos ianques e não os votos iraquianos.

Se falássemos de ciência, a «teoria» marxista teria, com a realização das eleições iraquinas. mais um exemplo da sua falsidade como teoria e da sua inutilidade como instrumentos para compreender e prever seja o que for.



[Demonstração in vivo do falhanço do marxismo como ferramenta de previsão dos profetas da desgraça]


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