29/01/2005

DIÁRIO DE BORDO: Homofóbico? Moi?

«A insinuação e a calúnia são obra dos cobardes. Levar este comportamento para a política é colocar uma ventoinha no meio da lama. Suja todos. Os que recusam esta postura e os que começaram a fazer dela um instrumento de combate político», escreveu o doutor Coelho no seu artigo de opinião «O indigno estratagema do boato».

O doutor Coelho escreve uma página A4 sem nomear uma única vez o santo ou o milagre. É claro que todos percebemos que deve estar a falar do caso do engenheiro Sócrates, que se diz ser homossexual.

Um pergunta inocente: se o boato insinuasse que o engenheiro Sócrates é um Casanova, um arrache-coeur do mulherio, o doutor Coelho escreveria o seu libelo contra a cobardia dos caluniadores? Não o fez, durante os vários anos em que o inner circle do engenheiro Sócrates espalhou exactamente esse boato. Porque não o fez, nem certamente o faria? Talvez simplesmente porque sofra da homofobia dos cobardes. No fundo daquela alma tortuosa, ele acha que ser homossexual é censurável, mas não tem coragem de o assumir. E talvez o engenheiro Sócrates lhe faça companhia.

O Impertinências, homofóbico conservador, se tivesse que votar no engenheiro Sócrates não deixaria de o fazer por ele ser talvez homossexual, mas começa a desconfiar que mais importante do que ele ser talvez homossexual é ele ser talvez cobarde.

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