Enquanto o doutor Sarmento Rodrigues mergulhava nas águas de S. Tomé os média da paróquia mergulhavam na fossa abissal da sua mediocridade e falta de profissionalismo.
Não vou gastar muita cera com ruins defuntos. Remeto para a cera que a Joana já gastou aqui. O que se passou em meia dúzia de linhas: o ministro da Presidência foi a S. Tomé assinar um protocolo qualquer, levando à boleia o presidente da Galp para tentar negociar a participação nas concessões do pitról de S. Tomé - aparentemente com algum resultado. Para não ficar dependente dos 2 voos semanais o ministro afretou um avião à Heliávia cujo frete custou 60 e tal mil euros. Num sábado, no intervalo das conversas, o ministro foi convidado a dar um mergulho e mergulhou. E pronto.
Num país normal os média dariam a notícia (omitindo, por irrelevante, o mergulho, bem como as idas ao mictório ou até uma queca eventual do ministro) e os comentadores e analistas avaliariam o output da viagem.
No país do jornalismo empenhado e de causas os jornalistas fazem o frete da campanha para os seus camaradas de partido, refocilam no mergulho, oferecem uma oportunidade ao doutor Calimero para dar mais tiros nos pés, e outra ao engenheiro Sócrates para balbuciar trivialidades (disparando, sem se dar conta, tiros que irão em poucos meses furar-lhe os sapatos), dão tempo de antena para o PS mostrar a sua profunda inépcia, contam os feijões gastos e fazem estudos comparativos dos custos da viagem, e tentam construir um caso da ultrapassagem ao ministro Álvaro Barreto.
E o povo gosta. Como escreveu a Joana a «mesquinhez miserabilista mantém-se como uma das mais imutáveis e gloriosas virtudes da grei».
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