06/12/2004

CASE STUDY: Capitalismo selvagem versus capitalismo social.

Na pátria do capitalismo selvagem, o procurador geral de NY Eliot Spitzer e a Securities and Exchange Commission fazem ajoelhar uma das famílias mais poderosas no mundo financeiro do imperialismo globalizante - os Greenberg. Chefiada pelo patriarca "Hank", a família controla a AIG (a seguradora que até então tinha a maior capitalização bolsista em todo o mundo), e o management da Marsh (o maior corretor mundial de seguros). O fundamento são práticas de negócio consideradas irregulares na pátria do capitalismo selvagem. Na pátria do capitalismo social são triviais, umas, e outras também o seriam, se os mercados financeiros tivessem aqui a sofisticação que têm lá.

Um capitalista nacional que tinha interesses na pátria do capitalismo selvagem, onde fechou recentemente os seus negócios de gado e gás, comportando-se sempre respeitosa e obedientemente , vem à sua terra natal - pátria do capitalismo social - perde a voz de falsete e fala grosso para um semanário de Paço d'Arcos. Aponta os dois problemas que, segundo ele, o presidente da Autoridade da Concorrência professor Abel Mateus sofre: «incontinência verbal e uma necessidade extraordinária de aparecer todos os dias nos jornais». Isto a propósito das acções que a Autoridade da Concorrência tem em curso para tentar limitar o monopólio do operador incumbente de telecomunicações (PT), de que o senhor Monteiro de Barros é accionista. O título da entrevista nesse semanário - bastião do capitalismo social - tem o educativo título «Patrick manda calar Mateus».


[O corajoso capitalista social e a autoridade incontinente]

Sem comentários:

Enviar um comentário