12/07/2004

DIÁRIO DE BORDO: Se eu fosse o presidente.

aqui, aqui e aqui escrevi a doutrina definitiva sobre a crise de sucessão de José Manuel Barroso, anteriormente conhecido pelo seu heterónimo Durão Barroso.

Escrevi a doutrina sem a premonição do que se iria passar mais tarde, na noite fatídica de sexta-feira. Sem saber que durante os Jogos Equestres, no palácio do Marquês, e talvez por alturas do Concerto em Lá Maior de Carlos Seixas, enquanto 3 garbosos rapazes mostravam as suas habilidades com os falcões, o gajo sentado atrás de mim iria receber pelo telemóvel, descuidadamente ligado, a informação que o doutor Ferro Rodrigues se tinha demitido. Ignorando que o homem, de tão surpreeendido, faria um movimento brusco e cairia desamparado da cadeira de jardim onde se sentara. E que se levantaria, sem perder a compostura, protestando: Porra. Já não é só governo que cai. É a oposição e sou eu.

Porém, tudo seria diferente se fosse eu o PR e estivesse atento à Jornadas Parlamentares do PS, realizadas nos dias anteriores. Nessas jornadas, um ignoto Ascenço Simões, presidente da federação de Vila Real, escandalizou as almas socialistas presentes vociferando impertinências. Que o PS «tem que acabar com a mania de ir enchouriçando o número de ministros à medida dos interesse do partido ... (acabando) com a multiplicação de ministros-adjuntos ..., (com os) ... acrescentos para satisfazer clientelas internas do partido». Continuou atacando os bezerros de ouro dos socialistas e preconizando «menos e melhores funcionários públicos» e a adopção do Código do Trabalho na função pública e um regime unificado de segurança social.

Se fosse eu o PR, teria indigitado Ascenço Simões, esse espécime único da política portuguesa, com ou sem eleições.

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