Estou a repetir-me, mas a doença nos portugueses é uma fonte inesgotável de vitalidade. Depois disto, daquilo e daquele outro, aqui estou, outra vez, a demonstrar por a + b que assim é.
Aos 4 milhões de portugueses hipertensos, 38% com reumatismo ou artrite, 15 a 20.000 com parkinsonismo, 130 mil homens com cancro na próstata, 200.000 fibromiálgicos e milhão e duzentos mil com fadiga crónica (estimativa do Impertinências), e aos 4.000 electricistas com doenças profissionais, podemos adicionar 30.000 portugueses que sofrem dos intestinos. Hum, hum. Esta é mais uma estimativa por baixo. Ficamos todos também a saber que os nossos problemas respiratórios são responsáveis por 14 milhões de dias de baixa por ano.
[Dois breves desabafos. Não admira que tenhamos imensos problemas respiratórios, possivelmente causados pelos tais 30.000 portugueses. Com aquelas baixas todas, também me surpreende como é que o nosso PIB per capita ainda está acima do Sudão.]
E eu fiquei a saber que, ao contrário do que imaginava, a fibromialgia também é sexista - só um em cada dez fibromiálgicos é homem. Quem sabe se, para compensar, 9 de cada dez fatigados crónicos são homens?
Informam-nos também que todos os anos temos mais 14.000 portugueses com enfarte agudo do miocárdio e 4% das nossas crianças são estrábicas.
O que vale é que daqui a pouco, às 10 H da manhã, podemos todos apanhar ar e fazer exercício na Marcha Nacional contra a Osteoporose na Figueira da Foz. A minha empregada Ermelinda pensava que a marcha era promovida pelo Floco de Esquerda para combater uma multinacional, que, segundo ela, quer tomar conta do nosso petróleo. Qual petróleo? Perguntei. Que pergunta!, disse ela.
[Terceiro desabafo. Não admira que, com estas doenças e confusões, as pessoas fiquem nervosas e se descontrolem, como aconteceu durante a visita à Feira do Livro do doi-me + acompanhado da senhora sua Mãe e da menina Sara. Os meus desejos de melhoras e que o acontecido não tenha mais consequências.]
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