05/02/2004

NOVA ENTRADA PARA O GLOSSÁRIO DAS IMPERTINÊNCIAS: Consenso.

As trapalhadas orçamentais que a doutora Teodora se dedicou a estudar e a que sacrifiquei a hora do almoço, tiraram-me o apetite para o jantar ao ler as notícias sobre as discussões sobre o pEC (não confundir com o PEC como fez o doutor Costa).
Já que também quase não jantei, vou tratar o tema, dando assim mais atenção às coisas de espírito do que às do corpo. Mas, antes disso, foi necessário produzir mais a seguinte nova entrada para o Glossário:

Consenso (politiquês)
Um acordo virtual, sobre matérias que não se sabe exactamente quais são, mas sobre as quais se suspeita existirem opiniões muito diferentes, que nenhuma das partes está muito interessada em conhecer. Durante o processo de procura do consenso todos se sentem obrigados a fingir boa vontade para chegar a resultados práticos que, em definitivo, ninguém quer chegar.
Há dois desfechos possíveis para o consenso: o positivo e o negativo (em rigor equivalem-se nos efeitos finais).
No consenso positivo concorda-se com «grandes princípios», o que entre gente sem princípios não significa o que significa.
No consenso negativo concorda-se que não se concorda, por a outra parte estar de má fé como se demonstrou durante o processo negocial (quem está de má fé é afinal o único ponto insusceptível de consenso).

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