23/09/2003

Estórias e morais: A estória da História

A estória ...
O meu assolapado amor pelos dicionários, levou-me a comprar há algum tempo o Dictionary of World History, uma edição ao preço da chuva da Oxford University Press, comprada com um gordo desconto na Amazon UK. Aqui fica a singela homenagem à globalização.
Enquanto a família se comovia a ver na TV os esforçados bombeiros suando atrás dos fogos, as lágrimas escorrendo para o buço das Tis Zulmiras e as conferências de imprensa do zumbi que faz as vezes de MAI, eu escavava as 700 páginas do dicionário à procura dos nossos notáveis e luminárias de estado.
Eis aqui o compte rendu, como diria o Dr. Eduardo Prado Coelho, se não estivesse ocupado com o seu orgasmo vertical.
Entre aproximadamente 7.000 nomes de luminárias, que segundo a OUP tiveram alguma importância para encrencar a vida dos povos, encontramos os seguintes patrícios (por ordem de fracções de coluna):
Uma coluna, por junto, para os Dons Joões I, o Grande, II, o Perfeito, III, o Piedoso, IV, o Afortunado, V, o das Mobílias, VI, o Fujão
Infante Dom Henrique, o Navegador (1/4)
Bartolomeu Dias, o da Boa Esperança
Marquês de Pombal, o Reconstrutor (1/4)
Afonso de Albuquerque (1/6), o Vice-Rei
Dom Pedro IV (ou I do Brasil) (1/5), o Traidor
Dona Catarina de Bragança, a Consorte de Carlos II de Inglaterra (1/6)
António Salazar, o Botas (1/6)
Marcelo Caetano, o Pusilânime (1/10)
Com uma singela referência na entrada Portugal, que ocupa umas míseras 2,8 colunas, encontrei ainda (por ordem de chegada à ribalta):
Dom Afonso Henriques, o Fundador
Doutor Dom Mário Soares, o Bochechas
General Eanes, o Emproado
Doutor Aníbal Cavaco, o Tabú
Doutor Jorge Sampaio, o Confuso ou Contornável
Engenheiro António Guterres, o Desaparecido;
e, para terminar, uma incontornável referência na entrada Alcácer Quibir:
Dom Sebastião, o Desejado
... e a moral é …
A História, não tem moral.

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