02/09/2024

Crónica de um Governo de Passagem (16)

Navegando à bolina
(Continuação de 15)

Para o governo AD «o SNS é um tesouro», também?

Das 15 medidas urgentes na saúde que o governo definiu para três primeiros meses só 5 foram adoptadas (depois do artigo do Observador foram descobertas mais 5). Em contrapartida, no Hospital de Santa Maria foi adoptada uma medida não prevista – processos judiciais contra quem ofenda “a honorabilidade, reputação e bom nome” dos profissionais

Com 17 urgências de obstetrícia e ginecologia fechadas o governo do Dr. Montenegro tenta não ficar atrás dos governos do Dr. Costa. Trata-se, tudo o indica, de uma incapacidade de gerir as escalas de férias que os mídia e os sindicatos da função pública tentam transformar numa falta de médicos num país que tem mais médicos do que 24 outros países da UE.

O governo AD ainda tem de pedalar muito para chegar ao nível dos governos do Dr. Costa

O governo AD ainda vai muito longe do score do primeiro governo PS que por esta altura já ia a caminho das 300 demissões, mas está a fazer o possível por não ficar para trás e no caso do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana já vai na terceira tentativa.

Misturar alhos com bugalhos

O Dr. Sebastião Bugalho, a quem chamavam jornalista apesar de fazer comentário político, eleito na lista ao parlamento europeu da AD, agora chamam-lhe eurodeputado apesar de na melhor tradição pátria continuar a fazer comentário político na sua coluna do semanário de reverência, um exemplo de que a frescura na prática política é conciliável com a tradição.

L’arroseur arrosé

A Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna que tutela as polícias foi assaltada e foram roubados oito computadores, não se sabe com que propósito nem quem o fez porque as câmaras estavam avariadas e o Dr. Montenegro não havia prometido mandar repará-las.

O turismo que já salvou o Dr. Costa pode não ser suficiente para salvar o Dr. Montenegro (restam os contribuintes)

O PIB do 2.º trimestre praticamente estagnou (0,1%) em resultado da redução da procura externa. O que não estagnou foram as receitas do Estado na óptica da contabilidade pública a cavalo do IRC que subiu 36% no período até Julho em relação ao ano passado.

E também não estagnou o endividamento da economia nacional que no 1.º semestre aumentou 15,6 mil milhões (dos quais quase 90% se ficaram a dever ao aumento da dívida pública) para 811,3 mil milhões.

1 comentário:

  1. Para mim começa a ficar evidente que Montenegro mais não será do que uma versão qualquer coisa ponto zero do Costa.

    Da governação, dado o vício e a brutal legião de adictos do erário público, seja rosa, laranja, rosa alaranjado, azul ou vermelho jamais se sairá disto.

    Quando andava cá a troika, apesar de tudo e muito berreiro dos canhotistas, com muito menos dinheiro o SNS e outros serviços públicos ainda funcionavam. Agora, com mais dinheiro, é o descalabro. 40 horas ou 35 horas de trabalho semanais não são bem a mesma coisa!

    Caneiro

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