01/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (14a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

As “contas certas” estavam erradas

Confirma-se que o tão celebrado excedente do 4.º trimestre do ano passado se converteu num défice de 0,2% no 1.º trimestre deste ano durante o governo do Dr. Costa. Ficou também a saber-se que esse défice se deve ao aumento das pensões, uma medida muito inspirada numa tentativa de comprar os votos dos três milhões de pensionistas, e a quatro dezenas de resoluções do conselho de ministros aprovadas já com o governo do Dr. Costa demitido em Novembro que não tinham dotação orçamental, todas com o mesmo propósito eleitoral.

«Cá em casa está (quase) tudo bem»

Foi com este título panglossiano que o semanário de reverência nos anunciou que a economia portuguesa foi a 12.º com maior crescimento no 1.º trimestre à vertiginosa velocidade de 1,5%, velocidade à qual alcançaríamos a Alemanha no final do século, se esta continuasse a crescer ao ritmo actual. A má notícia é que aos ritmos actuais todos os países sobreviventes do colapso soviético nos teriam ultrapassado.


Apesar de não identificar as componentes do “quase”, o Expresso inclui na sua peça o diagrama acima da produtividade (“protividade” para o Dr. Costa) por trabalhador em % da média da UE que mostra um resultado que temos de atribuir ao PREC e às décadas de economia de inspiração socialista, consideração que levaria o jornalista a mudar o título «Cá em casa está (quase) tudo bem, excepto o essencial».

O melhor não é suficientemente bom

Segundo o INE a taxa de poupança no 1.º trimestre cresceu para 8% do rendimento disponível bruto o que constitui o melhor valor dos últimos anos.

Fonte

A má notícia é que em média a taxa de poupança das famílias portuguesas tem sido metade da Zona Euro e, por isso, o mesmo tem acontecido com a taxa de investimento. A consideração deste facto levaria o jornalista do Expresso a explicitar que o quase tudo da baixa produtividade é sobretudo a descapitalização da economia resultante de investimento insuficiente por falta de poupança interna (e externa porque o capital estrangeiro não vê vantagem em investir numa economia de baixa produtividade).

(Continua)

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