24/10/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (88b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 88a)

Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?

No período 2019-2028 o FMI (citado pelo Expresso) estima que Portugal seja o 11.º país da Zona Euro e o 138.º a nível mundial com maior crescimento. Ou, se preferirem, o 10.º da UE com menor crescimento, o que vem a dar no mesmo. O que não vem a dar no mesmo é que os países que crescem menos são (com excepção da Grécia) os que no passado crescerem mais e têm um PIB per capita mais elevado ou mesmo muito mais elevado do que o do Portugal dos Pequeninos. 

Provavelmente, cinco dos seis países da UE que hoje têm PIB per capita menor terão até 2028 ultrapassado Portugal colocando-nos na honrosa posição de últimos ex-aequo com a Grécia.

«A educação é a nossa paixão». O segredo para a melhorar o ensino público é fechar as escolas

De acordo com esta peça do Público, as notas melhoraram durante a pandemia apesar (ou por causa?) das escolhas fechadas. Desta vez concordo com a Dr.ª Susana Peralta, trata-se de um caso de Alucinação coletiva.

De volta ao velho normal

Depois de 2 anos de pandemia em que a poupança das famílias se aproximou dos valores médios da UE, o consumo sob todas as formas voltou aos valores normais, incluindo o consumo de combustíveis e a circulação automóvel que atingiu o valor mais alto desde 2010. Tomemos nota: 2010, o ano anterior ao resgate da falência do Estado sucial pela mão do Eng. Sócrates e da sua trupe (de que também fez parte «o merdas do Costa que não tem tomates», nas palavras do Animal Feroz).

De volta ao défice tarifário

A estória dos défices tarifários é longa e vem sendo há anos contada no (Im)pertinências. O défice tarifário que na essência é um expediente para chutar para a frente os aumentos dos preços da electricidade transformando-os em créditos dos produtores, chegou a atingir cinco mil milhões e voltou a ter um aumento de 1,1 mil milhões.

E se estimássemos o PIB como na Coreia do Norte?

A medida do PIB da Coreia do Norte é como o Natal do falecido cantautor Ary dos Santos com o camarada presidente Kim Jong-un no lugar do "homem". Por isso, o PIB norte-coreano é estimado através da produção de energia eléctrica e esta por via das luzes nocturnas. Se adoptássemos esse método no Portugal dos Pequeninos a que conclusão chegaríamos sabendo que a produção de electricidade da EDP teve uma redução homóloga de 10% até Setembro?

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS

É num quadro de descapitalização da economia que os expedientes do PS no que respeita ao investimento público ganham uma gravidade acrescida. Segundo as contas do Negócios, os governos socialistas desde 2015 até ao final de 2023 deixaram de investir 6,5 mil milhões de euros orçamentados.

O PS vai além de não fazer reformas. O PS destrói as reformas dos outros governos

Há vários exemplos, mas vou referir apenas o da reforma autárquica. Até 2012 existiam em Portugal, um país com população inferior a qualquer das 12 maiores cidades do mundo, 308 municípios e 4.259 freguesias, com respectivamente áreas médias de cerca de 300 km2 e 22 km2 e populações residentes de 33,7 mil e 2,4 mil e um número de funcionários que andava perto dos 200 mil. Por imposição da troika, o governo PSD-CDS reduziu o número de freguesias de 4.260 para 3.092. O número absurdo de câmaras ficou intacto. Em 2021 o PS fez aprovar a Lei 39/2021 que vai permitir voltar a dividir freguesias antes fundidas. Já há 182 a caminho.
 
«Pagar a dívida é ideia de criança». A redução da dívida por via da mágica orçamental

Na cartola do Dr. Costa e do seu ajudante Dr. Medina cabe tudo até dívida pública. Se não fosse a jornalista Helena Garrido, nenhuma das dezenas de luminárias que comentaram o orçamento se referiu, que eu tenha reparado, ao passe de mágica que consiste em comprar 2 mil milhões da dívida pública com o excedente orçamental, como o cão que morde a própria cauda.

Como melhorar a rentabilidade das empresas públicas “sem custos para o utilizador”

É mais um passe de mágica da dupla de Drs. Costa-Medina. O governo compra a sede da CGD com uma mais-valia de 86,3 milhões que a CGD devolve ao Estado com o pagamento de impostos e um acréscimo de dividendos.

Ainda estamos nos copos e a ressaca já se adivinha

Um inquérito do Kaizen Institute em associação com o Expresso apurou que uma em cada quatro empresas inquiridas que representam mais de 1/3 do PIB já abandonou intenções de investimento devido à subida das taxas de juro e cerca de 60% dizem já sentir o abrandamento da economia. Numa economia descapitalizada e com uma poupança insuficiente o prognóstico é reservado.

O que seria do Dr. Costa sem os turistas?

Se não fosse o turismo teríamos 100% dos empresários a sentir o abrandamento da economia, turismo que directa ou indirectamente contribuiu com 4,7 mil milhões dos 5,1 mil milhões de melhoria do excedente externo até Agosto.

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