30/10/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (89a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro». «Dramático», disse o CEO

O Dr. Araújo, “CEO” do SNS e seu anunciado salvador, um ano depois de estar em funções confessa que se não houver um acordo com os médicos Novembro irá ser “dramático” e insta os “utentes” a não irem às urgências quando toda a gente sabe que os utentes lá vão porque não encontram resposta em devido tempo nos serviços. Vem a propósito citar um caso de uma grávida com o feto morto que não conseguiu ser tratada no Hospital Beatriz Ângelo – sim, esse mesmo que a Dr.ª Temido não renovou a PPP.

É por estas e por muitas outras que o Dr. Pizarro, o melhor apparatchik que o Dr. Costa conseguiu recrutar para o ministério da Saúde, faz lembrar uma ameba apanhada pelo movimento browniano no SNS.

A almofada do governo está a ficar sem penas…

O saldo de tesouraria do Estado em depósitos em bancos, a chamada almofada de liquidez, atingirá no final do ano, segundo o IGCP, cerca de 6 mil milhões de euros inferior em 300 milhões ao do final do ano passado. Será assim suficiente para cobrir 20 dias de despesa pública. Recorde-se, a propósito, que no final do 1.º trimestre de 2013, quando o Eng. Sócrates se preparava para ir estudar em Paris e deixar a gestão do resgate ao governo de Passos Coelho, a almofada só cobria 4 dias de despesa (ver este post impertinente). Depois disso, o governo PSD-CDS foi aumentando a almofada que chegou a atingir quase 50 dias e desde então, a almofada tem vindo a emagrecer. Se o Dr. Medina pretendesse ter uma almofada com a mesma espessura teria de a aumentar para uns 15 mil milhões de euros à custa do incremento da dívida pública.

… e a almofada dos portugueses vai pelo mesmo caminho

Apesar dos depósitos a prazo dos particulares estarem a aumentar por transferência dos depósitos à ordem, o total dos depósitos em bancos está a baixar. O crédito à habitação e o crédito ao consumo estão há vários meses a desacelerar e o primeiro já começou a baixar em Julho. (BdP)

A ilusão monetária

Em Agosto de 2016, após 8 meses de governo socialista, o endividamento total da economia estava em 391,2% do PIB. Sete anos depois está em 306,5% e o governo, a comentadoria e a imprensa amiga rejubilam. Há apenas um pequeno problema, os valores absolutos correspondentes são 711 e 811 mil milhões, respectivamente, isto é o endividamento total aumentou nesse período 100 mil milhões, o equivalente a 14% (fonte). Como a inflação não altera o valor nominal da dívida, o rácio endividamento/PIB nominal tem um numerador a preços fixos e um numerador a preços de mercado. Se usarmos o PIB a preços constantes, concluímos que tendo o PIB crescido menos de 16% nesse período, o rácio a preços constante ficou praticamente na mesma.

Os 25 euros de aumento do IUC são uma espécie de distracção

Entretidos com as petições assinadas por centenas de milhares de contribuintes protestando contra um aumento do IUC dos carros mais velhos, que no total é de cerca de 84 milhões, os contribuintes passam ao lado de um aumento dos impostos indirectos de 2.735 mil milhões a pretexto de uma redução do IRS de 76 milhões, totalmente coberta precisamente pelo referido aumento do IUC dos carros mais velhos.

Enquanto os contribuintes se distraem com miudezas…

… o governo pensa em coisas sérias como actualizar os coeficientes de localização do IMI, imposto que vale cerca de 1.500 milhões, umas três vezes o IUC total.

A notícia do fim das cativações era bastante exagerada

Quando há três meses o Dr. Medina anunciou o fim das cativações no próximo ano ele só não causou danos sérios à verdade porque não se aproximou dela o suficiente. Na verdade, as cativações continuam a existir e, mais do que isso, segundo as contas da UTAO, dois terços dessas cativações continuam a depender do Dr. Medina.

(Continua)

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