A quase três anos de distância das próximas eleições presidenciais, cresce a lista de presidenciáveis por iniciativa própria ou alheia. Sem ser exaustivo já encontrei pelo menos as seguintes criaturas (por ordem alfabética): André Ventura, António Guterres, António Costa, Augusto Santos Silva, Henrique Gouveia e Melo, João Ferreira, Luís Marques Mendes, Mário Centeno, Paulo Portas, Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes. À falta de qualquer coisa de novo, vou repetir o que em tempos escrevi com as devidas adaptações.
Há uma tradição que remonta ao general Ramalho Eanes e atribui ao presidente da República as dores da oposição e o papel de ersatz do seu líder.
Talvez por isso o lugar parece tão atractivo. Veja-se a longa lista dos presuntivos candidatos, entre tantos outros já esquecidos ou ainda não revelados que poderão render-se à tentação de não mandar nada, nem deixar mandar, e não pagar por isso.
E porquê a atracção? Uma teoria conspirativa: é mais barato e mais agradável ser presidente da República do que líder da oposição, que implica suportar a travessia do deserto do poder, aguentar uma cambada de potenciais traidores escondendo as navalhas da traição nas calças da pouca vergonha e suportar uma infinita corja de medíocres ansiando por uma sinecura, tudo isto apenas mitigado pelo séquito de seguidores incondicionais, que vai minguando, na medida em que mingua a esperança do governo de serviço cair.
Mais importante do que perceber o porquê daquelas almas se sentirem atraídas pela presidência, quais borboletas pelo candeeiro, é perceber as causas da popularidade da coisa. Porquê a populaça venera tal comportamento, que outras populaças doutras paragens achariam irresponsável e oportunista?
Deve haver algo nas profundezas da alma lusitana que o explica. Algo que leva os portugueses a criarem mecanismos sociais e políticos para "entropicar" a sua vida. Acredito que a coisa remonta à ocupação da Lusitânia pelo império romano, se não antes – não é verdade que um governador romano escreveu ao imperador, lamentando-se, resignado, que os povos indígenas não ser governavam nem se deixavam governar?
Marcelo é, sem dúvida, o pior presidente desta 3a. República. Numa coisa tem razão: não é um "populista", como não se cansa de afirmar. Pensa que é popular, mas está enganado; é popularucho - o que é uma coisa muito diferente. É o Presidente Pimba.
ResponderEliminarA avaliar pelos nomes dos possíveis sucessores, a coisa vai ser ainda pior. São todos, como se diz na minha terra, "de caixão à cova"...