Na sua habitual homilia na SIC, o Dr. Marques Mendes, que habitualmente diz abundantes vacuidades e poucos dislates, desta vez ao dissertar sobre a chamada "crise habitacional" imitou o Visconde de Chateaubriand, a quem aqui no (Im)pertinências se atribuiu, talvez infundadamente, o pensamento de que a Divina Providência teria feito passar os rios através das cidades, e concluiu
«Primeiro, a liquidação do elevador social. Há muita gente que não pode mudar-se para Lisboa ou Porto, onde, em regra, estão os empregos com salários mais altos. Tudo porque as casas são muito caras. Assim, mata-se o elevador social.» (fonte)
De caminho, substituiu o velho paradigma, que os governos socialistas já tinham arruinado com a troca da Trigonometria pela Identidade de Género, de que o elevador social por excelência seria o ensino (público) que apetrecharia os filhos talentosos dos pobres com os conhecimentos necessários para competirem com o esperma feliz dos ricos, por um novo paradigma, o de que se os filhos, com ou sem talento, dos pobres forem viver para o mesmo bairro dos filhos dos ricos terão o futuro garantido.
Por isso, atribuo ao Dr. Marques Mendes 5 (cinco) chateaubriands por ter produzido esse inovador paradigma.
Às segundas, quartas e sextas, bem-vindos ao admirável mundo novo do teletrabalho, onde basta estar com um portátil na mesa da esplanada, ou numa casa para lá do Marão, que isto de ir trabalhar para a empresa é coisa do passado. Às terças e quintas, o maior problema do país é, afinal, a questão da habitação nos grandes centros urbanos, e o Estado tem a obrigação de fornecer casas no centro de Lisboa, com rendas de 200 euros. aos dealers, às strippers, aos artistas, aos estudantes, aos étnicos -- e aos jovens, claro -- nem que seja à custa dos legítimos proprietários. Ao sábado e domingo vai tudo prá praia, que está muito calor...
ResponderEliminar