«A ânsia sanguínea de aproveitamento político do hediondo crime de Abdul Bashir - estrangeiro, afegão, muçulmano - por parte de André Ventura só tem paralelo com o denodo da comunicação social respondendo-lhe a deitar água na fervura com a vitimização do refugiado, afinal assassino das duas jovens mulheres, potenciando uma reacção ao contrário. Nestes padrões salta à vista a grande fragilidade da democracia, avessa à complexidade e refém de emotividades e excitações, vulnerável aos clichés de cada momento. É difícil lidar com excitação à volta da fixação dos preços nos supermercados, da condenação dos Padres por pedofilia, das casas devolutas por maldade do senhorio ou o medo dos estrangeiros miseráveis. A exploração de sentimentalismos é tentação em tempos de decadência que atrai mais justiceiros que a necessária racionalidade.
Pior mesmo são as agendas mal disfarçadas. Que a Comunicação Social supostamente séria não perceba quão voláteis são os instintos da turba. Do mesmo modo acho estranho que os jornalistas ditos “sérios” se recusem a olhar sob diferentes ângulos o relatório da Comissão Independente e as perversas consequências que dele emergem. Os populistas usam a mesma técnica para públicos mais ou menos básicos, alimentando-os dos bodes expiatórios de ocasião, sacrificados na fogueira da praça pública para alívio das suas frustrações e pobres vidas. O André Ventura pretende ganhar votos, a Comunicação Social audiências, de pessoas zangadas ou com medo.
Quando a tensão chegar ao máximo e a rua imperar, a primeira coisa a ceder será a liberdade que tomamos por garantida. Ou o Terror de Paris.»
João Távora no Corta-Fitas
Contrariando Yeats, Not all the best lack conviction, while the worst; Are full of passionate intensity.
Penso que o sanguinário do André Ventura não se deve focar nos problemas reais do país e nas questões que preocupam os cidadãos.
ResponderEliminarHá tanta coisa que ele pode endereçar, como uma tartaruga que pariu num zoológico da Malásia ou o pulgão da laranjeira, o casamento de sodomitas, a eutanásía, etc. É um populista.
Claro , o Ventura tem de ser "domesticado" , segundo as directrizes bruxelenses para uma "direita civilizada" aprovada pela esquerda e com o beneplácio de além Atlântico... Se não , lá vem o "terrorismo semmântico"...e as ameaças "pecuniárias" ( Hungria, Polónia, Itália"...
ResponderEliminarMas quem explorou a vinda da troika , da austeridade , do medo do covid, do medo da direita que ia privatizar a segurança social e os hospitais etc foi sempre a esquerda marxista socialista. Se o Ventura luta com as mesmas armas é o diabo. As vezes temos que nos aliar ao diabo para lutar contra os inimigos
ResponderEliminar«A ânsia sanguínea de aproveitamento político do hediondo crime de Abdul Bashir - estrangeiro, afegão, muçulmano»
ResponderEliminarNão houve aproveitamento nenhum, muito menos "ânsia sanguínea". Desde logo, porque as pessoas que votaram em Ventura fizeram-no precisamente para que ele cumprisse este cada vez mais necessário papel e denunciasse o enorme perigo que a política de imigração de fronteiras escancaradas representa para os portugueses.
Mas, sobretudo, porque há um padrão CLARO e recorrente, observado em praticamente todos os países da Europa Ocidental ao longo das últimas três décadas, de sucessivos episódios semelhantes ao ocorrido no Centro Ismaelita, todos protagonizados por criaturas ISLÂMICAS e terceiro-mundistas como o canalha do Abdul.
De resto, o carácter deste João Távora fica bem expresso quando acusa o Ventura de querer ganhar votos, como se a importação e naturalização massiva de imigrantes não fosse a maior fraude eleitoral de todos os tempos, a subversão completa da "democracia" portuguesa mediante a diluição dos votos dos portugueses num oceano de votos de gente de outras paragens. É realmente uma pena que o Marquês de Pombal não nos tenha livrado dos Távoras todos!