19/09/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (32)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Ilusionismo para retardados

Os apoios imediatos anunciados pelo governo equivalem apenas a pouco mais de um terço da perda de poder de compra nos primeiros 8 meses do ano de uma família com 2 filhos.

O governo garantiu que os pensionistas não perderiam poder de compra com os ajustamentos anunciados, que na melhor hipótese só compensam a inflação deste ano, pelo que a partir de 2023 as pensões reais descem na percentagem da inflação que se verificar em 2023, muito provavelmente vários pontos percentuais e perdem para sempre quase metade da actualização prevista na lei para 2023.

Quanto aos funcionários públicos, este ano perdem mais de 6% (inflação superior a 7% com aumentos de 0,9%) e no próximo ano com o aumento anunciado de 2% perderão também vários pontos percentuais. Quanto ao objetivo anunciado pelo Dr. Costa em Junho de aumentar o peso dos salários no PIB para 48%, isso é do domínio da cartomancia.

Já virámos a página da austeridade

Quando em 2015 a então ministra das Finanças referiu a necessidade de cortar 600 milhões nas pensões, o Dr. Costa e o PS em peso babaram-se de indignação postiça. Depois de sete anos a bramar contra a austeridade que o governo socialista do Eng. Sócrates deixou de herança ao governo “neoliberal” de Passos Coelho, o governo do Dr. Costa com as suas medidas aplicou um corte de mil milhões aos pensionistas.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Em quatro anos, desde 2018, duplicou o número de pessoas sem médico de família, apesar do aumento do aumento de 22% da despesa e de 20 mil funcionários em relação a 2017.

Expresso

Aguardemos para ver o resultado do novo estatuto do SNS que com as suas fantasias gestionárias aplicadas com uma cultura estatista e de mediocridade arrisca colocar a funcionar mal até o que funcionava mediocremente.

«A educação é a nossa paixão»

Nas escolas como no SNS, a falta de recursos é sempre a desculpa para outras faltas como as de competência, de vergonha, de profissionalismo. Entre 2015 e 2019 o número médio de alunos por turma em Portugal reduziu-se de 21,2 para 20,9, apesar disso aumentaram as queixas da falta de professores.

Enquanto a maioria dos directores das escolas pretendem autonomia para contratar os professores, a Fenprof está contra e prefere a contratação centralizada porque, não podendo controlar a maioria dos directores, prefere controlar apenas o ministro da Educação.

Boa Nova

Mais um novo pacote extraordinário de ajudas às empresas de 1.400 milhões, dos quais 600 milhões sob a forma de crédito a empresas já de si muito endividadas.

Choque da realidade com a Boa Nova

Comprovando o princípio do Dr. Costa de que mais vale fazer uma dúzia de anúncios do que concretizar uma só medida, nos últimos dias identifiquei pelo menos os seguintes flops: a adaptação de mil casas para pessoas com deficiência teve apenas 80 candidatos; o Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas teve apenas 22 candidaturas e apenas ajudou sete empresas; a linha de crédito para as micro e pequenas empresas atrasada 8 meses apenas foi utilizada em 3%.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível

O governo deve acreditar que para fazer títulos nos jornais é melhor ter seis helicópteros com 35 anos que serão entregues em 2023 e que ficarão a maior parte do tempo no chão, incapacitados de voar ou para fornecer peças de substituição, do que ter um ou dois capazes de estar operacionais.

Se não puderes enfiar na cartola, adia

O Dr. Costa empurrou há poucos dias para o final de 2023 o anúncio de uma decisão definitiva sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

O indicador diário de actividade económica do BdP que vem abrandando desde Julho sinaliza uma variação negativa em relação ao ano passado. As taxas Euribor continuam a subir e a de 6 meses, o indexante mais utilizado no crédito à habitação, ultrapassou 1,5%.

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