O português revê-se no pequeno, vive no pequeno, abriga-se e reconforta-se no pequeno: pequenos prazeres, pequenos amores, pequenas viagens, pequenas ideias («pistas» ... que se abrem aos milhares a cada pequeno ensaio). Mais, a pulsão do pequeno dá ensejo à formação de pequenos mundos afectivos em que as relações simbióticas se desenvolvem com uma força extraordinária. O português habita numa espécie de bola de afecto que faz com que cada separação mínima de um ente querido pareça enorme, longa e longínqua. Separar-se um dia, dois, uma semana ou mesmo umas horas pode suscitar uma dor imensa, uma imensa saudade. Aquela tia que ficava a dizer adeus, adeus, adeus, abanando sem fim o lenço à janela para a sobrinha que ia todas as manhãs para o trabalho ali ao lado, pelo passeio até ao virar da esquina... Pequenos mundos: daí a visão curta, a repulsa instintiva pelos projectos a médio e longo prazo, a territorialização gregária. (Outro exemplo: os milhões de telemóveis utilizados pelos portugueses.)
A pequenez é a negação do excesso, e a nossa maneira de
«estar certo» ou «ser certinho» - o nosso «justo meio». Finalmente, o ser pequeno é a estratégia portuguesa de permanecer inocente, continuando criança.»
José Gil, Portugal Hoje: O medo de existir
Texto engraçado de José Gil. Mas não percebi se "tem sumo".
ResponderEliminarAbraço
Mas no monkeypox(a oms já está a preparar a mudança do nome,lol)somos grandes. https://ionline.sapo.pt/artigo/773710/uniao-europeia-compra-cerca-de-110-mil-vacina-contra-o-monkeypox?seccao=Mundo_i -- Portugal vai ter prioridade pois é o "país" com mais casos por milhão de habitantes.Não falemos agora da Covid19,além disso temos na agenda pulhitica-merdiática os planos de contigência para o sns,ver grandefantochada.blogspot
ResponderEliminarEntretanto houve um debate de urgência com obs-tretas para falar da falta de obstetras nas urgências,ver meu novo post(clicar no meu nome) e blog "imagens do caos" no blogspot .
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