«O resultado da guerra da Rússia na Ucrânia permanece em dúvida. Mas não há dúvida de que a decisão de Vladimir Putin de lançar uma invasão em larga escala é uma das piores decisões estratégicas que qualquer líder de um país poderoso tomou em décadas. Não há um resultado plausível na Ucrânia que não deixe o senhor Putin e a Rússia muito piores do que antes de 24 de Fevereiro, quando a guerra começou.
O senhor Putin custou ao seu país a vida de milhares de jovens soldados, alguns deles recrutas. Ele afirma que russos e ucranianos são "um só povo", mas sua guerra deu à Ucrânia um senso mais forte de identidade nacional do que nunca e a transformou no inimigo amargo da Rússia. Ele mostrou ao mundo que seu exército é ineficaz, e que bilhões de dólares gastos na modernização militar russa foram desperdiçados. Ele deu à NATO um senso de unidade e propósito que não tem há décadas e não-membros como a Finlândia e a Suécia novas razões para aderir. As suas ações levaram membros, incluindo a Alemanha, a aumentar os gastos com defesa. Outros enviaram tropas perto da fronteira com a Rússia. O senhor Putin convenceu a Europa de que deve parar de comprar as exportações mais valiosas da Rússia. Ele trouxe sanções e controles de exportação ao seu país que infligirão danos geracionais. Para a Europa e a América ele cruzou o Rubicão. Mais gravemente, ele falhou em preparar o público russo para os verdadeiros custos humanos, financeiros e materiais de sua "operação militar especial". (...)
Ao recusar-se a rebater a dissidência dentro da Rússia, o senhor Putin fez orelhas moucas a avisos importantes e convenceu aqueles ao seu redor de que sua segurança pessoal e prosperidade dependem da lealdade a ele e à sua versão da verdade. Um pequeno, mas importante exemplo: o senhor Putin disse durante os primeiros dias do conflito que "soldados recrutados não estão e não estarão envolvidos em operações de combate". Essa afirmação rapidamente se mostrou falsa. Há três explicações possíveis para isso, e todas prejudicariam o presidente russo. A primeira é que o Senhor Putin mentiu ao povo russo sobre algo que ele deveria saber que não seria capaz de esconder. Segundo, os generais russos mentiram-lhe. Terceiro e, francamente, mais provável: a desinformação atingiu todos os níveis militares da Rússia, e os oficiais superiores não estão cientes do que está acontecendo na cadeia de comando. Mas seja qual for o caso, todas essas explicações minam a credibilidade do senhor Putin, tanto no país quanto no exterior, e comprometem a eficácia das forças armadas russas nos próximos anos. (...)
As esperanças ocidentais de que os generais da Rússia, as suas forças de segurança, os seus oligarcas ou seu povo em breve removam o Senhor Putin do poder provavelmente serão em vão. Os altos preços do petróleo manterão a economia russa à tona por algum tempo, mesmo que os danos a longo prazo à economia russa causados por sanções e controles de exportação sejam severos. Dado o clima político, é impossível saber o verdadeiro estado da opinião pública russa, mas não há evidências de que o senhor Putin enfrente qualquer sério desafio doméstico. O povo russo vê as imagens de guerra que o seu governo quer que eles vejam, e agora estão sendo alimentados com uma dieta constante de atrocidades ucranianas, planos ocidentais para humilhar a Rússia e a determinação de seu presidente e soldados para defender sua pátria.
Em suma, o senhor Putin, os soldados russos e ucranianos e os líderes ocidentais não devem esperar o tipo de vitória limpa que qualquer um deles deseja. Em vez disso, uma guerra feia está prestes a ficar muito mais feia.»
The cost of the war to Vladimir Putin, Ian Arthur Bremmer, cientista político americano especialista no risco político global
Mais um cientista a promover a guerra. Como se chama a este tipo de gajo?
ResponderEliminarO espaço para comentário é escasso para tal.
Abraço
Já agora convinha também compreender esta Europa(leia-se UE) e esta Alemanha https://observador.pt/opiniao/a-critica-da-razao-europeia-iii-a-europeizacao-da-alemanha-ou-a-germanizacao-da-europa/
ResponderEliminarA Europa hesita em aplicar o ás de trunfo nas sanções contra a Rússia. Trata-se de pôr fim às importações de gás, que rendem muitos milhões à Rússia e financiam assim a guerra na Ucrânia. A hesitação da União Europeia relaciona-se com a sua dependência energética em relação ao gás russo, difícil de substituir rapidamente. A Rússia fornece mais de 40 por cento do gás natural consumido na União e há mesmo países que dependem a 100 por cento do gás russo. É o caso da Suécia, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Bulgária. A Chéquia é altamente dependente, com cerca de 80 por cento. Mas é na maior economia europeia que o dilema é maior: a Alemanha compra quase metade do seu gás natural à Rússia (40 por cento), e a possibilidade da Rússia interromper o fornecimento levou o governo alemão a admitir fazer racionamento de gás. mais aqui https://www.dw.com/pt-br/alemanha-%C3%A9-capaz-de-subsistir-sem-g%C3%A1s-natural-russo/a-61296300
ResponderEliminarA guerra está ganha. Ganha pelos portugueses e ucranianos, ao que percebo. Pelos notícias que se vê por aí, os russos morrem em barda e já não têm munições. Passam o tempo a matar e torturar civis. O Presidente russo é um demente, um corrupto, não tem apoio e está aflito sem saber como sair sem perder a face.
ResponderEliminarGanhámos! A vitória já não nos foge.
Concordo com tudo o que diz excepto... excepto ... quando escreve "o senhor putin" pois deveria registar o canalha e criminoso russo
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