Continuação daqui.
[Putin e os seus Siloviki não são irracionais, são movidos por razões, daí o racional do título]
O jornalista e editor da BBC John Simpson entrevistou Ibrahim Kalin, conselheiro principal e porta-voz do presidente turco Erdogan, que tinha acabado de escutar a conversa telefónica entre o Czar Vlad e o Pasha Recep, e resumiu assim o que Kalin comentou sobre as exigências do Czar:
«As exigências russas dividem-se em duas categorias.
As primeiras quatro exigências, segundo Kalin, não são muito difíceis de serem atendidas pela Ucrânia. A principal delas é a aceitação da Ucrânia de que deveria ser neutra e não se candidatar à adesão à NATO. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já admitiu isso.
Existem outras demandas nesta categoria que parecem principalmente ser elementos para salvar a face do lado russo. A Ucrânia teria que passar por um processo de desarmamento para garantir que não fosse uma ameaça para a Rússia. Teria que haver protecção para a língua russa na Ucrânia. E há algo chamado desnazificação. Isso é profundamente ofensivo para Zelensky, que é judeu e alguns de seus parentes morreram no Holocausto, ...
A segunda categoria é onde estará a dificuldade ... Kalin foi muito menos específico sobre essas questões, dizendo simplesmente que elas envolviam o status de Donbas, no leste da Ucrânia, partes do qual já se separaram da Ucrânia e enfatizaram a sua "russianidade", e o status da Crimeia.
Embora Kalin não tenha entrado em detalhes, a suposição é de que a Rússia exigirá que o governo ucraniano ceda território no leste da Ucrânia. ... A outra suposição é que a Rússia exigirá que a Ucrânia aceite formalmente que a Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente em 2014, de fato agora pertence à Rússia. ...
Ainda assim, as exigências do presidente Putin não são tão duras quanto algumas pessoas temiam e dificilmente parecem valer a pena toda a violência, derramamento de sangue e destruição que a Rússia infligiu à Ucrânia.
Dado seu controle pesado sobre a mídia russa, não deveria ser muito difícil.»
Chegados aqui, a caminho de quatro semanas de duros combates, estima-se que os exércitos putinecos perderam cinco vezes mais equipamentos do que as forças ucranianas e tiveram um número de baixas equivalente às que sofreram nos 3 primeiros anos de guerra no Afeganistão e superiores às americanas em 20 anos de guerra no Afeganistão, e teríamos de concluir que o Czar estaria louco se tivesse ordenado a invasão para garantir quase mesmo que já tinha garantido, e que, em qualquer caso, não teria qualquer legitimidade para exigir a um país independente, ou, não estando louco, como não está, está a tentar salvar a face e a pele de um erro criminoso em que sacrificou o seu povo e o povo ucraniano.
"Ainda assim, as exigências do presidente Putin não são tão duras quanto algumas pessoas temiam e dificilmente parecem valer a pena toda a violência, derramamento de sangue e destruição que a Rússia infligiu à Ucrânia.
ResponderEliminarDado seu controle pesado sobre a mídia russa, não deveria ser muito difícil."
Ou seja, o articulista admite que não consegue explicar as razões da invasão da Ucrânia. Entende que as hipóteses que elencou não são suficientes.
Levanta-se sempre a questão. O jornalista não sabe mesmo ou a explicação real não lhe interessa porque não serve a narrativa?
É tempo de as pessoas fugirem da main stream media. Está corrompida, já não faz jornalismo.
As razões que levaram a Rússia a intervir são públicas e fáceis de encontrar na media alternativa.
É uma das razões que levam os Pachecos Pereiras e restante companhia a apelar à "regulação" da Internet.
Cumprimentando sempre por serdes livres da "maldição da matemática" não posso deixar de assinalar a vossa dependência voluntária do "portinglês" que creio piamente que não é por ignorância mas tão só por ser moda e chique — do Francês "chic" e não de chiqueiro.
ResponderEliminarTriste será o quererem higienizar o "títalo". Nem com álcool-gel lá vão.
Saúde e juízo.