«Em resumo, é todo o edifício do combate à corrupção que tem sido minado pelo PS ao longo dos anos e que agora fica mais claramente comprometido com a maioria absoluta, nomeadamente quando abunda o dinheiro a chegar da União Europeia e quando todas as promessas de transparência são cuidadosamente esquecidas. Também a justificação dada para a morosidade da Justiça, que resultaria dos megaprocessos, não colhe, dado que os mesmos atrasos acontecem em processos de menor dimensão, como seja o processo das golas que ardem, ou dos inúmeros pequenos casos de políticos e das suas famílias acusados de realizarem rendosos negócios com o Estado. Para António Costa, pensando provavelmente no caso do SIRESP, basta afirmar que à justiça o que é da justiça e à política o que é da política, para que o problema político da corrupção fique resolvido. Certo, de que os gabinetes de advogados assumirão o resto da tarefa de usar todos os truques do arsenal jurídico para evitar, ou adiar, as mais que prováveis condenações. (...)
Muitos eleitores votaram no PS na expectativa de que o partido, liberto das imposições do PCP e do Bloco de Esquerda, retomará o caminho da governação sensata dos tempos de Mário Soares. Enganam-se, porque se é verdade que os partidos podem mudar, os seus dirigentes fazem-no raramente e no PS os herdeiros de António Guterres e de José Sócrates não mudam nunca. Arrisco-me por isso a afirmar que vamos ter na próxima legislatura mais Estado e menos liberdade, mais impostos e mais taxas e menos concorrência, mais escolhas de quadros por amiguismo e menos por critérios de mérito, mais corrupção e menos transparência.
No PS impera o tradicional culto da amizade, que as sucessivas visitas à prisão de Évora contribuíram para celebrizar. Por isso os empresários que se cuidem, o Estado socialista não só não entende que não precisem do Estado, como não lhes tolera os lucros. Os ideais do Bloco de Esquerda e do PCP continuarão bem vivos na governação Socialista, na TAP, na fuga à concorrência, nos casos da ferrovia e dos transportes públicos. Ou nas combinações secretas sobre o hidrogénio, a acrescentar a duas décadas de colossais favores feitos pelo Estado aos afilhados do PS na energia. Para trás, ficou a industrialização do país, o crescimento das exportações e o investimento, nomeadamente o investimento na indústria.»
Excerto de Qual o futuro da nova maioria absoluta?, um artigo de Henrique Neto, um homem com um passado insuspeito que conhece bem o PS, de que foi militante até à sua saída em 2009 em ruptura com o animal feroz
Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça.
ResponderEliminarAbraço
Já tenho pensado nisso. Muita gente séria no PS. Só não digo aqui os nomes porque são tantos que me posso esquecer de algum.
ResponderEliminarTodos esses(gente honrada ou lá o que é)já deviam estar no panteão,os outros esperam por comendas em Belém ou por processos "geridos" pelo sr Rosa.
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