Perguntado sobre se teria «a coragem de se candidatar à Presidência da República nas próximas eleições?», o vice-almirante Gouveia e Melo e respondeu prudentemente
«Têm-me aconselhado a dizer que dessa água não beberei, que é uma frase muito forte que não se deve dizer nunca. Tenho uma carreira militar que pretendo continuar. O futuro só a Deus pertence. (...) Não sou um ator político. Sou um ator que tem uma missão e a única coisa em que tem de estar focado é nessa missão e não estar a pensar no que vai fazer no futuro. O que posso dizer sobre o futuro? É que ele ainda não está realizado e até lá muita coisa pode acontecer».
Foi o suficiente para uma reacção em cadeia nos jornais a fazer a hermenêutica da declaração, num de dois sentidos: uns, no sentido sebastiânico tão característico do Portugal dos Pequeninos, sempre em busca de um salvador, um homem providencial (*), outros, talvez expressando a preocupação de putativos candidatos, insinuando ambições implicitamente ilegítimas.
(*) Homem providencial? Sim, homem, até agora não foram referidas mulheres providenciais, uma discriminação que a militância feminista deveria combater.
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