04/10/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (105) - Em tempo de vírus (LXXXII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O país do Dr. Costa e de S. Ex.ª é um país de opereta

Um chefe do Estado-Maior da Armada que aceita aquecer o lugar para o sucessor e ser demitido a prazo, para mais tarde, arrependido, presidir a um Conselho da Armada que vota contra a sua própria demissão, um ministro da Defesa que anuncia a substituição do demitido a prazo, decisão que competiria ao PR, um PR que sabia de tudo desde o princípio e se faz de desentendido, um PM que limpa a folha do MD levando-o pela mão ao PR, um PR que declara que afinal estava tudo resolvido e em S. Tomé, onde se encontrava a tirar selfies, declara estarem esclarecidos todos os equívocos. Pior não é possível.

Preso pela boca e amarrado pela banha da cobra

O Dr. Costa no seu périplo pelo país durante a campanha para as autárquicas a anunciar o maná de dinheiro do PRR (de que ele fala como se fosse dinheiro do PS), prometeu em Coimbra construir uma maternidade para promover o seu candidato Manuel Machado que veio a perder estrondosamente para uma coligação encabeçada pelo médico José Manuel Silva. Este não perdeu tempo e deu três semanas ao Dr. Costa para anunciar o local e a construção da maternidade.

Take Another Plan

O OE 2022 ainda está a ser cozinhado com o PCP e ainda há muita coisa em aberto, salvo quanto à TAP que já se sabe ir levar mais mil milhões em cima dos mil milhões que foram injectados este ano. É também provável um excesso de optimismo neste caso, já que a TAP em Agosto continuava a perder muito mais passageiros no Porto e em Lisboa do que Ryanair e a easyjet. Quem já deve deitado as cartas de Tarot e não gostou do que viu foi o director financeiro da TAP que se demitiu três meses depois de ser nomeado.

A obra do Dr. Pedro Nuno não se esgota na TAP

Também na CP tudo corre mal ao líder do pedronunismo. Agora foi a demissão do «melhor presidente de sempre» (o melhor qualquer coisa de sempre ou desde um certo ano é um dos mantras preferidos dos próceres do socialismo indígena). O demissionário abandonou por não ter condições de presidir (nem o plano de actividades deste ano ainda foi aprovado) entre outras razões porque a CP deveria no seu entender ser uma repartição pública para ter acesso ao PRR - se isto é o melhor presidente de sempre, nem quero saber como terá sido o pior. Entretanto, o Dr. Pedro Nuno Santos já sacudiu a água do capote e apontou o dedo ao Dr. Leão que não lhe dá a grana necessária. O Dr. Costa assiste, impávido e sereno, à luta de frangos na sua capoeira.

Economia pujante, disse ele

O Dr. Siza Vieira com o passar dos anos no governo vem perdendo o sizo, por exemplo quando, para explicar que o número de desempregados diminuiu nos doze meses terminados em Agosto (tudo indica devido à redução número de pessoas que procuram emprego), diz que é um sinal de «uma economia pujante».

Boa Nova

Mesmo com o sizo a esgotar-se o Dr. Siza não deixa os seus créditos anunciadores em mãos alheias e acaba de anunciar «nas próximas semanas, uma nova linha de crédito de apoio à tesouraria» das empresas do sector turístico.

Choque da realidade com a Boa Nova

Há várias décadas que sucessivos governos vêm promovendo estudos de impacto ambiental e de viabilidade e anunciando o novo aeroporto de Lisboa com localizações variadas num raio de 50 km que vão desde a Ota ao Montijo. A ANA, o operador do aeroporto, parece ter perdido a fé e considera que o novo aeroporto não chegará antes de 2035-2040. É bem capaz de ser um excesso de optimismo.

O plano Ferrovia 2020 de 2,1 mil milhões lançado em 2016, dos quais metade financiada pelo contribuintes europeus, torrou até agora apenas 473 milhões e foi empurrado para 2024. É mais uma obra emperrada do Dr. Pedro Nuno.

Aprendendo com os melhores

O Dr. Medina, ex-futuro líder do PS, deixa a câmara de Lisboa com uma dívida de facturas por pagar equivalente a 60% do total de todas as 308 câmaras. É obra.


Por um lado, directores do Hospital de Setúbal demitem-se devido a «situação de rutura e agravamento nas urgências». Por outro, a própria Entidade Reguladora da Saúde, que deve ser insuspeita de simpatias pela medicina privada, colocou no topo do ranking da excelência clínica três hospitais em regime de PPP (dois deles entretanto voltaram à gestão pública) e um hospital privado.

A paixão socialista pela educação

Apenas 6% dos alunos que fizeram provas de aferição de matemática responderam correctamente às questões de organização e tratamento de dados, foi uma das conclusões dos trabalho do Instituto de Avaliação Educativa sobre uma amostra representativa de 49 mil alunos realizada em Junho.

De volta ao velho normal


O défice voltou a aumentar 550 milhões até Agosto, apesar da receita fiscal ter subido 216 milhões (fonte).

1 comentário:

  1. Entretanto no distrito de Setubal não há nem lei(vide a herdade da Gambia)nem um hospital em condições a funcionar.Eis o país real que passa ao lado de tais personagens e figurinhas do estado a que chegamos.

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