A semana passada tivemos duas ascensões notáveis ao topo do mundo.
Tivemos a camisola poveira copiada desavergonhadamente pela Tory Burch causando uma onda de indignação patriótica das Forças Vivas da Nação, como se dizia no Estado Novo, levantamento que, segundo a jornalista Helena Matos, só foi suplantado pelo Ultimatum inglês. Foi preciso uma emigrada lembrar que a Tory Burch já tinha sido precedida pela apropriação pelo estilista Nuno Gama, curiosamente muito saudada pela câmara da Póvoa.
Tivemos também a cidade de Lisboa que «foi escolhida entre mais de 150 cidades mundiais como um dos "21 Lugares do Futuro", segundo um estudo que será divulgado hoje e que foi levado a cabo pela Cognizant». A explicação de Maximino Gouveia, «responsável máximo da Cognizant em Portugal» para a escolha é comovente de tão encomiástica, ao ponto que para um alfacinha emigrado como eu ficou irreconhecível.
Vá-se lá saber porquê, evoquei a entrevista ao jornal i de Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) onde revelou com grande escândalo nos meios turísticos que os prémios frequentemente recebidos por destinos turísticos «que andamos a apregoar com frequência são prémios atribuídos por estruturas ou organizações privadas que têm como fim o lucro e que vendem lugares em função dos preços que se pagam». Não é nada que uma criatura assisada e com o desconfiómetro a funcionar não possa concluir ao procurar as referências das entidades que atribuem os prémios.
E sobre os prémios do turismo digo mais: o seu impacto e notoriedade é só mesmo em Portugal com os media nacionais a pegarem precisamente nos prémios ganhos por PT para noticiarem o facto.
ResponderEliminarLá fora ninguém publicita este tipo de prémios ganhos por Portugal
Faz muito mais pelo turismo nacional uma reportagem na Conde Nast ou afins do que estes prémios que só servem para nos embevecermos com nós próprios mas a que mais ninguém no mundo liga peva