ARTIGO DEFUNTO: O Portugal dos Pequeninos segundo os jornalistas amigos

Alguns, entre muitos outros, títulos de artigos de jornalistas amigos de que displicentemente fui tomando nota. Não é que sejam mentiras, é mais por não serem propriamente notícias mas produtos de propaganda plantados pelas assessorias através de obedientes jornalistas que têm a esperança de um dia fazerem parte dessas assessorias.

• «Portugal foi o quarto país da Zona Euro que mais cresceu no quarto trimestre»  

Pois foi, porque foi dos que tiveram maior queda no terceiro trimestre. Outro jornal preferiu titular «Portugal teve a quarta maior queda do PIB na UE no quarto trimestre»

• «Arranque do 5G fora do Plano de Resiliência por ser investimento de privados»

Evidentemente que o 5G é «investimento de privados», mas não é por isso que está fora do PRR onde nunca teria de estar. Trata-se apenas de um soundbite para limpar a folha do Dr. Pedro Nuno Santos que aparece na foto e tem a tutela das comunicações do 5G cujo concurso se arrasta há muitos meses.

• «Rendas controladas e financiamento do Estado podem recuperar direito à habitação»

O artigo cita um estudo para justificar uma intervenção do Estado e é mais uma encomenda para justificar as políticas defendidas pelo incontornável Dr. Pedro Nuno Santos.

• «Leão quer os 27 Estados-membros totalmente focados nos planos nacionais de recuperação»

O que o Dr. Leão quer ou não é igual ao litro para os outros membros. Esta é tipicamente uma peça plantada pelo assessor. 

• «Plano de Recuperação: Governo corta para metade montante da previsão de utilização de empréstimos»

O que se passou de facto foi o Dr. Costa ter começado por tentar usar só os subsídios da bazuca, prescindindo dos empréstimos para não aumentar a pletórica dívida pública. Depois, face aos apertos, mudou de ideia e resolver aceitar uma parte. O título sugere o inverso. 

• «Pandemia trouxe a menor taxa de execução do OE em dez anos»

O título pretende justificar com a pandemia o corte de parte das despesas orçamentadas numa situação de emergência criada por essa mesma pandemia que exigiria aumentar e não reduzir os apoios à economia.

• «Presidência Portuguesa da União Europeia aprova pacote legislativo de 330 mil milhões de euros»  

Um insulto à inteligência de quem percebe que o pacote nada tem a ver com a presidência portuguesa  que também não tem poderes para aprovar o que compete ao Conselho Europeu.