«A homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da doença Covid-19» assumiu a proporções de uma farsa com uma boa dose de hipocrisia. Desde logo porque não se homenageiam mortos por terem simplesmente falecido, alguns vítimas da pandemia e a maioria vítimas da incúria e impreparação do governo.
De facto, o «estamos preparados» da ministra, ecoando o pensamento do Dr. Costa e de S. Ex.ª, revelou-se um desastre que teve como consequência a morte de quase quatro vezes mais pessoas pela falta de «100 mil cirurgias atrasadas no SNS, a que se junta um milhão de consultas nos hospitais, milhares de rastreios que ficaram por fazer, designadamente em oncologia, 17 milhões de meios e exames de diagnóstico e terapêutica, 5 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários» (carta aberta à ministra da Saúde, da Ordem dos Médicos), do que os mortos por ou com Covid.
Por isso, a homenagem além de despropositada, quando declarada em especial às vítimas da pandemia, é ofensiva para as famílias da maioria dos que morreram pelo colapso do SNS que resultou
- da redução do horário de 40 para 35 horas que o aumento dos efectivos não foi suficiente para compensar
- de cinco anos da cativações e desinvestimento nos equipamentos
- da fixação da ministra, que diz trautear A Internacional quando está ansiosa, em recusar recorrer aos «privados»,
- da ausência de uma estratégia clara, da falta de planeamento e da consequente improvisação errática do governo
- e, last but not least, da incompetência na gestão dos recursos humanos e materiais.
Bom dia. Já que o Senhor (im)Pertinente gosta muito de partilhar os textos da tontinha que dá pelo nome de Rita Carreira, deixou-lhe aqui a opinião de uma luso-descendente bem mais inteligente:
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