A Frontiers, um editor de publicações científicas, promoveu em Maio e Junho um inquérito a 25 mil investigadores questionando-os se os políticos do seu país se aconselharam com a comunidade científica para desenhar as suas estratégias de resposta à pandemia. Os resultados desse inquérito estão representados no gráfico seguinte onde os países estão ordenados por ordem decrescente de audição dos cientistas.
Fontes: Economist e worldometer |
Não deveria ser surpreendente que os dois últimos países Brasil e Estados Unidos são precisamente aqueles em que os respectivos presidentes desvalorizaram o conselho científico e ignoraram os riscos da pandemia para a saúde pública, tratando a pandemia como um problema puramente político.
Ao gráfico acrescentei à direita duas colunas com a ordenação crescente dos 24 países em causa pelos números totais de mortos e de testes positivos por milhão de habitantes. Também não é surpreendente que na maioria dos países com menos mortes e menos infectados a comunidade científica considera que o governo a escutou.
Evidentemente que correlação não é causalidade e, quer a mortalidade, quer a transmissão da pandemia, dependem de inúmeros factores. Com esta reserva, é interessante constatar que os valores das correlações lineares entre as posições no ranking da aceitação do aconselhamento científico e as da mortalidade e das infecções são 0,60 e 0,61, mostrando uma correlação positiva muito significativa.
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