21/11/2020

CASE STUDY: Rabo de Peixe ou de como os pandeireiros do socialismo querem manter pobres os pobres

Já estive nos Açores várias vezes, em particular em S. Miguel, mas, que me recorde, nunca em Rabo de Peixe, uma vila agora elevada à categoria de campo de batalha pela esquerdalhada, a pretexto do acordo de incidência parlamentar que viabilizou um governo de direita incluir o Chega.

Fiquei a saber pelo podcast Contra-Corrente de José Manuel Fernandes, conhecedor de Rabo de Peixe, que é a vila de Portugal com maior percentagens de beneficiários do RSI com uma cultura enraizada de subsídio-dependência que se acentuou quando o governo de Guterres criou o RSI. 

De tal modo o RSI agravou o problema que, segundo JMF, no ano seguinte à sua introdução a natalidade em Rabo de Peixe duplicou porque o subsídio dependia também do número de filhos. Entretanto, enquanto a população residente em Portugal se tem mantido praticamente estável com tendência para diminuir, a população de Rabo de Peixe aumentou mais de 30% de 6.652 em 1991 para 8.866 em 2011.

É neste contexto que o acordo abrangendo PSD, CDS, PPM e Chega inclui o seguinte compromisso:

«Os partidos signatários comprometem-se, durante a atual legislatura, a criar condições de desenvolvimento económico, promoção da inclusão social, laboral, de competências pessoais, sociais e profissionais, quebrando o ciclo de pobreza, permitindo reduzir até ao final da legislatura, através da inserção social e laboral, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, em idade ativa, com capacidade de trabalho, aumentando a sua colaboração com a comunidade onde estão inseridos e fiscalizando de modo eficiente a sua atribuição, considerando-se para e para o efeito a atual situação económica da região.»

Face a este compromisso que jornalistas de causas e uma parte da comentadoria, verdadeiros pandeireiros do socialismo, instalados na maioria das redacções, anunciaram o fim do mundo, primeiro em Rabo de Peixe, depois nos Açores, e, quem sabe?, em todo o Portugal, reagindo com uivos de indignação e uma campanha de agitprop a uma medida que num país civilizado seria considerada inspirado nos princípios da social-democracia.

Como o cão de Pavlov salivava reagindo à campainha, a esquerdalhada berra reagindo a qualquer tentativa de "acabar com os pobres", porque, tal como Otelo Saraiva de Carvalho - o nosso coronel Tapioca falhado - a esquerda se quer acabar com alguma coisa são os ricos, ricos que na circunstância é uma classe média esmifrada por uma carga fiscal a que, ao contrário dos verdadeiros ricos, não consegue aliviar.

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