13/10/2020

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (41 a) - O falhanço da resposta do governo PS à pandemia

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva.

No último post comparei  o excesso de mortalidade em relação à média de Portugal com a Suécia, que não adoptou um confinamento sistemático nem fechou as escolas e, não obstante, registou uma queda gradual e consistente do excesso de mortalidade, contrastando com a curva de Portugal que desde Junho recomeçou a crescer. 

Porquê comparar o excesso de mortalidade e não apenas a mortalidade por Covid? Por uma razão óbvia: no fim do dia o que é mais relevante é total de mortes porque, para dar um exemplo limite, uma tirania poderia fechar tudo e confinar toda a gente, reduzir drasticamente a transmissão do vírus a praticamente nada, registar assim zero mortes por Covid (ou, mais exactamente, adiar as mortes por Covid) e provocar uma hecatombe por outras patologias não tratadas pelos serviços de saúde.

É quando se compara o excesso de mortalidade que se torna patente a falência do SNS, com a sua capacidade de resposta reduzida por 6 anos de cativações para compensar o aumento da despesa resultante da redução dos horários para 35 horas, com a agravante dos recursos disponíveis se concentrarem praticamente na pandemia deixando por fazer 10 milhões de consultas e mais de 100 mil cirurgias. Cai por terra o discurso auto-elogiativo do governo. No artigo A evidência do colapso do SNS publicado ontem, o prof. Avelino de Jesus mostra isso mesmo. 


No quadro acima reproduzido do referido artigo, circundei a vermelho os excessos de mortalidade que em cada período foram superiores aos de Portugal. Os valores da última coluna mostram os excessos no período mais recente em que Portugal apresenta os valores mais elevados. Repare-se que a maioria dos países que nos primeiros períodos apresentaram valores mais elevados do que os de Portugal conseguiram posteriormente melhorias significativas e vários deles até registaram uma mortalidade efectiva abaixo da média dos 5 anos anteriores.De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva

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