14/09/2020

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (50) - Em tempo de vírus (XXVII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Quando se pensava que tinha sido atingido o limite do descaramento...

... o Dr. Costa mostra que para ele e seu putativo sucessor Dr. Medina não há limites e aparecem os dois na comissão de honra de Luís Filipe Vieira, um bonzo do regime que se candidata a sucessor de si próprio na presidência do Benfica. Para citar um constitucionalista, é o «primeiro-ministro a dizer que está tudo bem com uma pessoa que está com processos judiciais em curso» e foi um dos maiores devedores ao Novo Banco causando-lhe perdas de 225 milhões.

Para os amigos tudo, para os inimigos nada, para os outros cumpra-se a lei

Afinal a maior parte das perdas do Novo Banco (1.602 milhões ou 70% do total de 2.310 milhões até 2018) não resultam da venda de imobiliário (a tese mais conveniente para o governo) mas das imparidades resultantes dos créditos malparados em que «os 20 maiores grupos económicos representam cerca de 63%», segundo o relatório de auditoria (Observador). E quem são esses grupos? É um segredo de Polichinelo, entre eles encontram-se os empresários amigos como a Ongoing e Berardo.

No Estado Sucial não há conflito de interesse. Há interesses em conflito

O Dr. Centeno por proposta do Dr. Leão, seu sucessor na pasta e seu ex-secretário de Estado, foi nomeado governador do Banco de Portugal, onde é fiscalizado por um conselho de auditoria por ele escolhido e onde terá nas mãos os casos do Banif e do Novo Banco, as mesmas mãos onde já estavam como ministro das Finanças. Nestas circunstâncias, quem deveria o Dr. Centeno escolher para seu chefe de gabinete no BdP? Meu Deus! Que pergunta! O Dr. Álvaro Novo, seu ex-Secretário de Estado do Tesouro, pois claro. Quem mais?

A bazuca entupida ou a vassalagem falhada do Dr. Costa

Lembram-se do Dr. Costa ir prestar vassalagem a Orbán defendendo que Estado de Direito não deve ser critério para atribuir os fundos europeus com o propósito da Hungria não levantar ondas e deixar os carcanhóis da bazuca aliviarem os padecimento do Estado Sucial? Dois meses depois, Orbán «ameaça travar processo de constituição do fundo de recuperação europeu».

Sempre à frente

O Dr. Costa supera-se a si próprio. Não satisfeito com ter conseguido que sob a sua excelsa governação durante 5 anos o país ter sido um dos três ou quatro da UE cujas economias menos cresceram, consegue agora durante a pandemia que a economia portuguesa tenha tido a quarta maior queda do PIB. Melhor não é possível.

«Queda monumental»

Aos feitos já citados do Dr. Costa e da sua resposta à pandemia devemos acrescentar a terceira maior redução na UE no 2.º trimestre do número de horas trabalhadas e o sétimo em que o emprego tem a maior queda. E a queda continuará porque até Julho os despedimentos colectivos duplicaram.

«Estamos preparados»

Segundo a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, até ao fim de Julho «houve menos sete milhões de contactos presenciais nos centros de saúde face ao ano passado – entre consultas presencialmente com os médicos e atos de enfermagem – e menos dois milhões de atos nos hospitais». Resultado?

Nos cornos da covid

Como gráfico mostra, a mortalidade total em Setembro continua, como nos sete meses passados, acima da mortalidade média e a mortalidade por Covid representou apenas cerca de 1%.

Boa Nova

Desta vez sou portador de duas Boas Novas. Uma é que foi outra vez anunciado o arranque próximo de um banco de fomento aprovado em Agosto pela CE, que em Junho foi anunciado para as «próximas semanas», sucedendo a um banco de fomento que fora privatizado por um governo PS, tinha ressuscitado há três anos e segundo o mesmo ministro já estava criado em Janeiro. Considerando o passado conhecido do outro banco público, espera-se mais do mesmo, ou seja o financiamento das obras do regime e dos empresários amigos do regime.

A segunda Boa Nova é que a ministra da Agricultura apresentou os objectivos da Estratégia da Agricultura para a próxima década da qual se espera resulte um aumento de em 15% da produção agroalimentar. Estou já a ouvir os cépticos do costume a perguntaram se o governo vai fazer outra reforma agrária ou como é que um governo que não consegue viabilizar as suas empresas públicas cronicamente ineficientes e falidas vai aumentar a produção agroalimentar.

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