09/07/2020

Um Rio cada vez mais parecido com um socialista (6) - Democracia sim, mas com limites

Outras parecenças.

Desde os seus tempos de presidente da câmara do Porto, o Dr. Rio nunca mostrou até hoje grande devoção pela democracia liberal. Sem recuar muito no tempo, alguns exemplos dos últimos dias.

Preocupado com o seu putativo lugar futuro como primeiro-ministro onde quererá «resguardar-se» de perguntas incómodas e, acrescento eu, aproveitando para se resguardar no momento presente das suas viagens a Lisboa, o Dr. Rui Rio propôs ao Dr. Costa que aceitou de pronto acabar com os debates parlamentares quinzenais onde o primeiro-ministro se sujeita a perguntas e é confrontado pelos deputados da oposição.

Se a sua falta de apego aos procedimentos normais numa democracia parlamentar (How are prime ministers held to account? A survey of procedures in 32 parliamentary democracies) ficou demonstrada, o seu apego à democracia partidária e o modo como vê os deputados do seu partido ficaram também demonstrados quando na entrevista ao Porto Canal, o Dr. Rio usou a expressão «punha os deputados lá de trás a gritar», referindo-se ao bando de apparatchiks com assento na Assembleia como um patrão moderno não se referiria aos seus empregados

Poucos dias depois sugeriu ao PR que por sua vez sugeriu ao PM, e todos aceitaram visível alívio, que acabassem as reuniões de monitorização da pandemia no Infarmed com os epidemiologistas.

Entretanto, foi cúmplice do PS na nomeação do ex-ministro das Finanças para governador do BdP numa situação com conflitos de interesse que ultrapassou o muito que já se viu neste domínio.

1 comentário:

  1. Mas depois, quando as sondagens mostram que o PSD está a perder votantes, a culpa nunca é dele. É sempre do 'populismo', da 'conjuntura económica e social', ou de outra qualquer entidade convenientemente abstracta.

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