«Tudo isto funciona assim por uma razão simples: A generalidade destas organizações não dependem dos seus sócios mas do Estado, Estado esse que não lhes exige, como condição básica para qualquer apoio –- directo, sob a forma de projectos, ou indirecto, sob a forma de acesso a tratamentos fiscais favoráveis -– que sejam associações democráticas, com actividade escrutinável, e não grupos de amigos que não precisam de prestar contas a ninguém.
Em Portugal, muito mais valioso que ter sócios, o que verdadeiramente conta é a capacidade dos dirigentes de cada associação influenciarem as decisões do Estado a seu favor, seja o Estado central, seja o Estado local, o que depois se reflecte no seu reconhecimento por parte das empresas.
Ter boa imprensa e boas relações com decisores é, por isso, muito mais importante que ter boas relações com os sócios, o que faz de muitas destas associações -– incluindo muitos outro tipo de instituições, de Fundações a sindicatos, passando por partidos e confederações patronais –- instituições muito pouco representativas e muito pouco enraizadas socialmente.»
As elites das nossas organizações, Henrique Pereira dos Santos a propósito da Quercus e da sua spin off ZERO
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