13/02/2020

Coronavírus: o rigor jornalístico é o que o jornalista quiser

A ray of hope in the coronavirus curve

«Da última vez que falei do surto, nesta newsletter, a contagem ia nos 130 mortos e 6 mil análises positivas. E esses dados têm exatamente duas semanas. Multiplicaram-se literalmente por dez.»

Foi assim que a newsletter do semanário de reverência tratou o assunto. Não é que seja falso, passa ao lado da questão crítica e é revelador de ignorância, em particular da confusão entre a primeira e a segunda derivada de uma função ou, dito de maneira simples, a confusão entre número total de casos que continua a aumentar - nem poderia ser de outra forma - com o número de novos casos que está a diminuir.

A diferença tem um enorme impacto porque se o número de novos casos continuasse a aumentar como até ao princípio de Fevereiro seria uma catástrofe humanitária. A diferença tem evidentemente uma relevância jornalística tal que deveria levar a jornalista e directora-adjunta que assina a newsletter a instruir-se primeiro. É um exemplo de que o jornalismo de causas só está preparado para tratar de opiniões e indignações.

2 comentários:

  1. Caridade cristã chamar "jornalimo" a esta semi-alfabetizada indigênca intelectual...

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  2. O Unknown das 20:38:00 é claro. Mais que o PM que disse que 'quero ser claro'.

    Vós, das Impertinências, também sois claros. E Didactas. Sabem ensinar. Se a maltosa não aprende a culpa não é vossa. Como escreveu um sábio:
    Not ignorance, but ignorance of ignorance, is the death of knowledge.

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