26/01/2020

Dúvidas (286) - Isabel dos Santos e a cleptocracia angolana só estão presentes deste lado do Atlântico?

Ao jornalismo de causas doméstico na modalidade justiceira que com tanta pertinácia escava os Luanda Leaks têm escapado os tentáculos de Isabel dos Santos do outro lado do Atlântico. E porquê?, perguntareis. Por causa das âncoras do outro lado - Lula, o PT e a clique do Lava Jato - que mais haveria de ser?

«A pujança financeira de Isabel se entrelaça com o Brasil a partir das relações entre Santos e o PT. Logo que Lula assumiu a Presidência, angolanos eram convivas frequentes na mansão em Brasília alugada por empresários amigos para promover festas e negócios — aquele casarão que foi palco da derrocada do ministro Antonio Palocci, usuário de uma das suítes. O próprio Palocci, no capítulo de sua delação premiada chamado “Negócios em Angola”, revelou que o PT recebera 64 milhões de reais em propinas da Odebrecht de modo a ampliar o crédito do BNDES para o financiamento de obras no país africano. (...)

A Odebrecht viria a se tornar sócia da Sonangol e a maior empresa privada de Angola. O próprio Lula esteve lá, em 2014, para destravar pagamentos que o governo local devia à empreiteira. Mais: o marqueteiro João Santana contou à Justiça que trabalhara para reeleger José Eduardo dos Santos em 2012 — campanha financiada por 50 milhões de dólares da onipresente Odebrecht. Trançando os pauzinhos na Sonangol, Isabel se tornou dona de 6% das ações da portuguesa Galp, do setor de energia, e se beneficiou enormemente de um malfadado projeto dela com a Petrobras para tirar combustível de óleo de dendê, no qual a brasileira enterrou nada menos que 270 milhões de dólares

Os tentáculos brasileiros da rede de corrupção de Isabel dos Santos, Revista Veja

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