Do estudo "The Macroeconomic Impacts of Employee Representatives: Evidence from Membership Thresholds" de Pedro Martins, ex-secretário de Estado do Emprego do governo PSD-CDS e actual professor do Queen Mary College da Universidade de Londres, concluiu o Expresso citando o autor que «os delegados sindicais têm um impacto positivo significativo sobre o desempenho das empresas».
O estudo que incide sobre 2010 e abrange 6.500 empresas e 800 mil trabalhadores permitiu concluir que «um aumento de um ponto percentual no rácio entre delegados sindicais e o número de trabalhadores sindicalizados traduz num aumento das vendas por trabalhador em pelo menos 7%». Ora cá está, outra vez, o multiplicador. Desta vez o multiplicador sindical.
Por estranho que pareça, ao professor Pedro Martins não lhe ocorreu a clássica diferença entre correlação e causalidade que lhe teria despertado a dúvida cartesiana sobre se não seriam as empresas de maior dimensão, maior produtividade e em geral maior sucesso, podendo mais facilmente suportar os créditos de horas, que atrairiam os delegados sindicais cujo número (artigo 463.º do Código do Trabalho ) é até aproximadamente proporcional ao número de trabalhadores sindicalizados e acima de 500 é 6 + [(n - 500): 200]. Terá o professor Pedro Martins algum dia entrado numa micro ou pequena empresa, que representam, respectivamente, 96,2% e 3,2% do total, a maioria delas no limiar da sobrevivência, e visto algum delegado sindical que nessas empresas é mais raro do que o lince da serra da Malcata?
Desconfio que o professor Pedro Martins se fizesse um estudo à Quinta da Marinha com esta abordagem concluiria que, sendo o rendimento familiar médio um múltiplo (cá está, outra vez, o multiplicador) da média nacional, o segredo para as famílias melhorarem o seu nível de vida seria mudarem-se para lá.
O aldrabão e o estúpido são personagens que conduzem ao mesmo resultado.
ResponderEliminarIsto também se aplica ao post dos PAN