«É precisamente isto que está prestes a acontecer com a compra da TVI pelo grupo Cofina, que já tem um brutal peso no cabo e na imprensa. O mais poderoso grupo de comunicação social português passará a estar nas mãos de um grupo que se dedica ao jornalismo sensacionalista e que tem uma agenda política conservadora bastante clara. E este grupo terá uma dimensão inaceitável para a realidade portuguesa, o que faz perigar o pluralismo informativo e, consequentemente, a democracia. (...)
Se a Cofina fosse apenas um grupo de comunicação social isto seria já de si grave. Mas não é. A Cofina tem uma agenda política. Recomendo que vejam a série “The Loudest Voice”, na HBO. É sobre o nascimento da Fox News e como um projeto comercial e um projeto político se casaram, sob a tutela empresarial de Rupert Murdoch, e rebentaram com adquiridos direitos democráticos de décadas.»
Foi com estas palavras e outras palavras que o jornalista de causas / militante / comentador / analista, ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, Daniel Oliveira, mostrou a sua preocupação pelas consequências da compra da TVI pelo grupo Cofina.
Poderia partilhar das suas preocupações pela agenda política da Cofina se ele partilhasse das minhas preocupações pelas outras agendas políticas. Agendas que determinam há muito o que acontece nos canais públicos de televisão, em tempos dominados pelo partido no governo e gradualmente transformados em plataformas da esquerda. E principalmente, preocupações com a presença dominante nas redacções de jornais e canais de TV de jornalistas de causas da esquerda e de porta-vozes de partidos disfarçados de comentadores que fazem dos mídia câmaras de eco da esquerdalhada e da independência e do pluralismo uma piada grosseira.
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