27/06/2019

A direita a que temos direito não tem ideias, tem elucubrações poéticas

À falta de ideias, a direita a que temos direito, uma direita complexada que se tenta legitimar imitando a esquerda, fabrica elucubrações poéticas, como as que recentemente duas luminárias, uma do PSD e outra do CDS, produziram, aliás muito parecidas.

Primeiro foi Pedro Duarte do PSD com o seu Manifesto X que pretende medir o medir desenvolvimento nacional com um índice de «Felicidade Interna Bruta».

A seguir foi a líder do CDS, Assunção Cristas, que no seu novo livro propõe substituir o PIB como medida da riqueza do país por um índice do «sentimento de felicidade».

A coisa depara desde logo com um problema metodológico que é o facto de um qualquer indicador deve poder medir algo objectivo e mensurável, o que não parece de todo ser o caso da felicidade, o que deixaria ampla margem para a engenharia social dos governos.

De seguida depara com uma objecção prática incontornável porque seria no limite o «indicador» ideal para ser usado por projectos utópicos que, como a história mostra, geram invariavelmente distopias onde o ministério da Verdade coexistiria com o ministério da Felicidade.

Mesmo sem chegar a esse limite, quando a economia começasse a correr mal, a «Felicidade Interna Bruta» faria as delícias de todos os ilusionistas, como o Dr. Costa, os seus antecessores e, provavelmente, os seus sucessores.

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