«O exemplo de Mário Soares [que não fugia nos momentos difíceis] não foi, no entanto, seguido pelos líderes do PS que vieram a formar Governo depois dele, tendo todos eles optado por se demitir perante as dificuldades. Foi assim que Guterres, depois de ter perdido umas simples eleições autárquicas, proclamou que o país tinha entrado num pântano e fugiu dele a alta velocidade. Foi assim com José Sócrates que, tendo atirado o país para a bancarrota, se demitiu quando viu ser aprovada pela Assembleia uma simples resolução parlamentar contra o PEC4. E é assim agora com António Costa que, perante a simples iminência de ser aprovado pela Assembleia um diploma a determinar uma reposição da carreira perdida pelos professores, ameaçou com a sua demissão - isto quando não havia sequer garantias de que o diploma fosse promulgado ou chegasse a entrar em vigor. E, se tal acontecesse, poderia ser revogado pelo Governo, uma vez que se trata de uma matéria em que este tem competência concorrente com o Parlamento. A conclusão que daqui se retira é que, depois de Soares, todos os líderes do PS só parecem dispostos a governar em período de vacas gordas, abandonando o barco ao primeiro sinal de tormenta.»
Excerto de «Agarrem-me senão demito-me», Luís Menezes Leitão no Jornal i
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