A Kraft Heinz é uma empresa gigante de produtos alimentares que atravessa uma crise profunda que se reflectiu nos resultado do seu maior accionista a Berkshire Hathaway, liderada por Warren Buffett, um velhote que fará 90 anos no próximo ano e uma lenda do capitalismo americano, também conhecido por Sage of Omaha, o que diz tudo. É venerado como um capitalista impertinente aqui em casa, desde a fundação, por várias coisas notáveis que tem feito incluindo reservar quase toda a sua enorme fortuna para a filantropia.
Para fazer sair a Kraft Heinz do buraco onde se encontra, foi escolhido o actual a director de marketing do grupo cervejeiro AB InBev, um cidadão brasileiro, casado com uma panamiana, que trabalhou no Brasil a maior parte do tempo, mas também no Canadá, Estados Unidos, Bélgica e até cinco anos na China, mas nunca em Portugal.
Por acaso, Miguel Patrício, a criatura em causa, nasceu em Mação, de onde saiu aos 8 anos para o Brasil onde estudou, o que foi suficiente para ser apresentado pela nossa imprensa como «o lisboeta que vai dirigir Kraft Heinz», «o português que vai ser o novo CEO da gigante», «Este português vai tomar conta da Kraft Heinz», «O português Miguel Patrício vai dirigir o gigante Kraft Heinz», e por aí fora.
Compare-se com a imprensa brasileira que em dezenas de artigos sobre a sua nomeação não encontrei um único que o apresente como cidadão brasileiro, que ele também é de direito e, sobretudo, de facto. Muitos dos artigos até referem que o homem nasceu em Portugal.
Se deitássemos o jornalismo português (e a maioria dos portugueses) no divã do psicanalista, o diagnóstico poderia ser um complexo de inferioridade resultante do transtorno de personalidade narcisista. Enfim, não vale a pena complicar: é uma parolice terminal.
Como nota curiosa, reparei que nenhum jornal português a propósito da Kraft Heinz, que incorporou numa fusão a Heinz, citou Maria Teresa Thierstein Simões-Ferreira Heinz («A imperatriz do 'ketchup'» como lhe chamou em 2011 o DN), uma portuguesa de origem que casou em 1966 com John Heinz III, herdeiro da Heinz, e viúva deste casou mais tarde com John Kerry, senador americano e candidato à presidência derrotado por George W. Bush. Se vierem a lembrar-se, colocam-na também no pedestal dos portugueses no topo do mundo.
Como nota curiosa, reparei que nenhum jornal português a propósito da Kraft Heinz, que incorporou numa fusão a Heinz, citou Maria Teresa Thierstein Simões-Ferreira Heinz («A imperatriz do 'ketchup'» como lhe chamou em 2011 o DN), uma portuguesa de origem que casou em 1966 com John Heinz III, herdeiro da Heinz, e viúva deste casou mais tarde com John Kerry, senador americano e candidato à presidência derrotado por George W. Bush. Se vierem a lembrar-se, colocam-na também no pedestal dos portugueses no topo do mundo.
Não colocam nada...
ResponderEliminarA branca Senhora nasceu numa das Colónias portuguesas, portanto é uma africana...