10/03/2019

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (76) - Geringonça 2.0

Outras preces

A geringonça 2.0 vista pelo Carnaval de Torres Vedras
«A frente das esquerdas só causa um problema sério a Costa: há o risco de colocar os socialistas numa posição demasiado radical, com custos ao centro. Por isso, necessitou desde 2015, e continuará a precisar, de um atestado de moderação. Foi o que o Presidente da República lhe deu, e continuará a dar, pelo menos até ao fim do seu mandato em 2021. O “óptimo entendimento” entre Belém e São Bento legitimou a geringonça. Ora, Rui Rio nunca poderá dar a Costa, em termos de legitimidade política, o que Marcelo dá.

O entendimento entre Marcelo e Costa dispensa o apoio de Rio a um futuro governo socialista. Será que Rui Rio não entende a natureza da relação política entre Marcelo e Costa? Em linguagem acessível a Rio, é fácil de explicar: os poderes máximos da Corte de Lisboa não precisam do apoio de um político do Norte. Para Costa e Marcelo a principal qualidade de Rio é não ser Passos Coelho. Mais do que isso, dispensam.

Por fim, o apoio de Marcelo ao governo de Costa não afetará a sua reeleição. O Presidente da República só tem que garantir que não aparece um candidato forte no espaço da direita. Enquanto a sua popularidade continuar alta, ninguém à direita pensará em Belém. A reeleição de Marcelo será um passeio, com muitos beijos, muita dança e selfies para todos os gostos. É isto que a maioria dos portugueses gosta. Porque nos havemos de maçar?»

«Já há um “bloco central”: entre Marcelo e Costa», João Marques de Almeida no Observador

Porque havemos de nos maçar? Ora porque haveria de ser? Porque se não nos maçarmos antes, ficamos depois maçados em dobro.

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