Segundo o seu programa (versão de 1986, três anos antes da queda do muro de Berlim e do colapso da União Soviética), «o objetivo final do PCUS é construir o comunismo em nosso país (...) O comunismo é um sistema social sem classes, com uma forma de propriedade pública dos meios de produção e com plena igualdade social de todos os membros da sociedade. Sob o comunismo, o desenvolvimento integral das pessoas será acompanhado pelo crescimento das forças produtivas com base no progresso contínuo em ciência e tecnologia, todas as fontes da riqueza social fluirão abundantemente, e o grande princípio "De cada um de acordo com sua capacidade, para cada um de acordo com suas necessidades "será implementada. O comunismo é uma sociedade altamente organizada de trabalhadores livres e socialmente conscientes, uma sociedade em que se estabelecerá o autogoverno público, uma sociedade em que o trabalho pelo bem da sociedade se tornará o principal requisito vital de todos, uma necessidade claramente reconhecida.»
Tudo boas intenções que qualquer criatura ou pelo menos muitas criaturas de bem adoptariam sem problemas. Hoje, passados 30 anos do colapso da União Soviética e depois de 20 milhões de mortos só à conta de Estaline, todos podemos saber o que se passou durante sete décadas entre 1917 e 1989 e como terminou.
George Orwell no seu romance distópico 1984, publicado em 1949 e inspirado na União Soviética onde a manipulação da língua foi levada bastante longe, incluiu o seguinte diálogo a propósito da construção do newspeak, a nova língua que estava a ser criada na Oceania:
«Como está o dicionário?" disse Winston, levantando a voz para superar o barulho. "Lentamente", disse Syme. 'Eu estou nos adjectivos. É fascinante.' (...)
"A décima primeira edição é a edição definitiva", disse ele. 'Estamos a colocar a língua na sua forma final - a forma que terá quando ninguém falar mais nada. Quando terminarmos, pessoas como você terão que aprender tudo de novo. Você pensa, ouso dizer, que nosso principal trabalho é inventar novas palavras. Mas não é nada disso! Estamos destruindo palavras - dezenas delas, centenas delas, todos os dias. Estamos cortando a língua até o osso. A décima primeira edição não conterá uma única palavra que se torne obsoleta antes do ano de 2050. ' »
Segundo a sua auto-proclamada missão, a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), «concentra a sua atenção nas quatro áreas em que os maiores números de animais sofrem mais intensamente por períodos mais longos: em laboratórios, na indústria alimentícia, no comércio de vestuário e na indústria do entretenimento.» Com esse propósito, «a PETA trabalha com educação pública, investigações de crueldade, pesquisa, resgate de animais, legislação, eventos especiais, envolvimento de celebridades e campanhas de protesto.»
Tudo boas intenções que qualquer criatura de bem adoptaria sem problemas. Para melhor atingir os seus propósitos, a PETA ainda não está a criar uma nova língua mas já está a criar a sua Anti-Speciesist Language». Por exemplo, em vez de «matar dois coelhos com uma só cajadada» a PETA pretende que se diga «alimentar dois coelhos com uma só cenoura» - ver outros exemplos aqui.
Não estou a sugerir que a PETA nos pretende internar num Gulag, estou a inferir que todas as doutrinas totalitárias de pensamento único pretendem educar o povo ignaro usando a linguagem para manipular o pensamento.
Que tal "alimentar dois coelhos com uma queijada"? Rima e é tão estúpido como o scone...
ResponderEliminarPorque será que ninguém fala sobre este outro totalitarismo
ResponderEliminarhttps://undocs.org/fr/A/CONF.231/3