«Sábado passado, Paris ficou a saber em pormenor da agenda dos amarelos (com alguns vermelhos e negros misturados). A verdade é que entre 47 milhões de eleitores, os “gillets jaunes” reuniram no máximo 300.000 cidadãos no sábado 17 de Novembro. E apenas 3.000 em Paris no último sábado. Como era inevitável o movimento passou a ter um “programa” que passa pelas assembleias cidadãs (onde é que eu já ouvi isto?), pela dissolução da Assembleia Nacional e pela renúncia de Macron. Ambos eleitos há pouco mais de um ano, recorde-se.
Como os bloqueios começaram a ganhar anti-corpos (as televisões não puderam esconder a cólera dos que queriam entrar nos centros comerciais e ficaram bloqueados, para não falar dos comerciantes que viram as lojas esvaziadas e destruídas), os amarelos decidiram aterrorizar os deputados do partido de Macron, vandalizando as suas casas com insultos nas paredes, vexames públicos e ameaças ao livre trânsito entre outras medidas “democráticas”. Trata-se de um exemplo clássico das práticas totalitárias que estes vanguardismos justiceiros frequentemente adoptam. Contudo, supor-se-ia que tais atitudes seriam condenadas pelos deputados dos outros partidos. Mas não. A oposição, corajosamente, calou-se.
Está pois aberto o caminho para uma daquelas irrupções, esta sim verdadeiramente populista, que têm marcado a história francesa . Esta “jacquerie” não surpreende. Os “jacobinos”, os “poujadistas”, os “cagoulards” regressaram com coletes amarelos. Estes epifenómenos, a pretexto do direito à indignação, são na sua raiz anti-democráticos.
Ainda que alimentados por preocupações sensíveis (o aumento do custo de vida), combatem a democracia representativa em troca de uma versão de “democracia popular” que, quando não se transforma em criminalidade desorganizada (como vimos em Paris), é apenas a expressão de uma minoria que se julga esclarecida. Não nos iludamos. A luz dos coletes reflectores é sombria!»
Coletes amarelos: reflexos sombrios, Ricardo Leite Pinto no Negócios
«A luz dos coletes reflectores é sombria!»
ResponderEliminarC'est ça...
Não lhes dêm um enxerto e verão o que eles farão.
A democracia popular não agrada mas a democracia dos fantoches(alguém ainda dúvida que o Macron é um fantoche dos financeiros globalistas?Aliás isto que se passa entra bem na "teoria" do caos para alguns aproveitarem para avançarem ainda mais uma certa "ordem" global) já agrada?Estou só a perguntar.
ResponderEliminarUma análise lúcida dos acontecimentos (em espanhol, traduzido de outro lado):
ResponderEliminarhttps://elmanifiesto.com/mundo-y-poder/865013473/Los-chalecos-amarillos-De-nuevo-la-derecha-mira-como-pasa-el-tren-de-la-historia.html