22/12/2018

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (85) - "Quero e não quero, gibão amarelo"

A iniciativa dos coletes amarelos foi um completo fiasco com grande alívio quase geral. Alívio da direita, porque o seu monopólio da oposição preguiçosa à geringonça não foi ameaçado. Da esquerda, porque o seu monopólio da rua também não foi ameaçado. Há quem defenda, mas não é o meu caso, que a esquerda ficou decepcionada por ter perdido um pretexto para agitar o fantasma do populismo.

Podia ser de outra maneira? Provavelmente não. Desde logo essa entidade mítica chamada «povo» não tem ainda razões para interromper as compras e sair à rua a manifestar-se, ainda para mais na última sexta-feira antes do Natal. Depois porque o um por cento do povo que costuma manifestar-se foi mandado ficar sossegado pela esquerdalhada.

Ah, já me esquecia. Ficou comprometida a tese do efeito mágico das redes sociais e ficou patente que as redes sociais não criam o que não existe, apenas ampliam o que existe.

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