Já concedi que umas dezenas de milhar de visitantes (o número de participantes deste ano foi cerca de 70 mil), vá lá, uns cento e tantos mil, que por cá apareçam para ver o show de várias luminárias incluindo o extra-programa do presidente Marcelo a agitar-se no palco, gastem umas dezenas de milhões de euros, vá lá uns cento e tantos milhões, justificando assim os 11 milhões que o governo paga com o nosso dinheiro ao Paddy.
No relatório sobre «Impacto Económico da Web Summit 2016-2028» do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia publicado há dias são feitas várias estimativas sobre o impacto económico e fiscal do evento até 2028. No diagrama seguinte representa-se três cenários dos impactos sobre o valor bruto da produção.
O cenário mais realista (C) está próximo das minhas especulações a olho por cento e é uma coisa, digamos, no domínio do discutível, mas fazível. Outra coisa, mais no domínio do pensamento mágico é o cenário A. Quanto aos intangíveis, que por serem intangíveis nunca ninguém os vai tanger, esses, como já aqui escrevi são insultos à inteligência.
A meio caminho entre o pensamento mágico e o insulto estão as estimativas dos efeitos totais no emprego equivalente anual que no cenário A vão desde quase 2 mil em 2016 a quase 4.700 em 2028. Basta pensar que, num evento que dura três dias, se o envolvimento médio do emprego criado pelo evento for 15 dias de trabalho, os 4.700 empregos em equivalente anual estimados para 2028 corresponderiam a quase 70 mil empregos temporários, ou seja quase 1 trabalhador por cada 1,5 participantes.
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