A habitual conferência de imprensa de fim de ano do czar Vlad Putin teve desta vez uma audiência massiva com 1.700 jornalistas credenciados (não incluindo os jornalistas personae non gratae) e prolongou-se por quatro longas horas da manhã de quinta-feira passada.
Sem surpresa, toda a conferência foi um exercício de hipocrisia e de doublespeak que poderia ter inspirado Orwell na construção do Big Brother, desde lamentações sobre a escalada militar que a Rússia estaria a ser vítima até incentivos ao Brexit (tudo quanto dividir a Nato é bem vindo).
O exercício de hipocrisia atingiu o apogeu com as suas preocupações pela corrida ao armamento comprometer a segurança do planeta («se, Deus nos livre, algo desse género acontecer, isso levará ao fim de toda a civilização e talvez também do planeta») e pelo «desrespeito para com os eleitores» de quem punha em causa a referendo do Brexit ou a eleição de Trump.
Nada mal para um antigo apparatchik do KGB.
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