Uma espécie de continuação deste post.
«O crescimento é pífio, comparado com os restantes países da UE, mas existe e é palpável e visível. Contestação social não há, e mediática também não, que o PCP e o BE tratam disso. E, ainda assim, Costa não tem maioria absoluta. Porquê? Porque os eleitores podem vê-lo como um político eficaz e habilidoso, mas não confiam nele. (...)
Sócrates era também autêntico na brutalidade dos ataques. Prometia-se um ‘animal feroz’ e entregava. Sem concessões, era vaidoso, ostensivo e de gosto arrivista duvidoso. Muitos portugueses viveram uns bons anos enamorados da peça. Passos Coelho também era autêntico naquele estilo zombie de quem recomenda que não se dê presentes de Natal aos filhos, vá lá, aos muito pequenos podia ser, e mora em Massamá em jeito de statement político. Marcelo Rebelo de Sousa é genuíno no gosto de ser beijoqueiro e abraçar toda a gente e tirar selfies.
Já António Costa não transpira autenticidade. É habilidoso, sabe negociar, dá as facadas que tem de dar para alcançar os objetivos, mas é postiço. Não é caso único. Os partidos estão repletos de políticos cujos alfa e ómega são defender o que na hora lhes traz mais apoios internos ou votos externos. Costa é só mais um. Consegue desagradar a quem defende touradas e delira com as lides e ao mesmo tempo a quem torce o nariz a torturar animais.»
Excerto de «Costa não gosta depois de gostar», Maria João Marques no Observador
Acrescentaria que o crescimento, mesmo pífio, deve-se tanto a Costa como minha à tia Elvira e gostaria de ter a certeza que os eleitores não gostam de homens-elástico, mas não estou seguro disso.
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