Se me tivessem perguntado se algum dia relevaria uma opinião de Raquel Varela, arrumada no baú dos pensadores do radical chic, garantiria que não. Até hoje, em que relevo o que escreveu no Público, mudando «reacção mundial conservadora» para reacção sectorial reaccionária, apesar da aparente redundância, porque meia dúzia de tribos do politicamente correcto nos EU e na UE não são o mundo, e conservador é outra coisa.
«RV – Dá vergonha alheia ver os jornais onde elas publicam denúncias, sem qualquer investigação. Que náusea. Alguns locais de trabalho onde o MeToo chegou mais cedo lá fora tornaram-se irrespiráveis, conheço uma dúzia de pessoas de esquerda, pelo menos, e várias mulheres, que pediram para mudar de local de trabalho por conta desse clima absurdo de "assédio", na feroz competição académica e nas empresas aproveita-se o assédio para destruir colegas. É o vale tudo. Para condenar uma minoria de predadores condenam-se todos à suspeição permanente.
TRL – É urgente que ensinem os portugueses a pensar, antes mesmo de escrever.
Pela parte que me toca, não me sinto representada por nenhuma dessas bandeirolas – feminismo, machismo, ronaldismo! Só venho tentar separar os alhos dos bugalhos porque uma jornalista (Ana Sá Lopes) do PÚBLICO me meteu ao barulho – a mim e si, Raquel Varela. Chamou-nos machistas...
RV – Oh eu vítima, estão-me a ofender, quem ousou tratar uma jovem mulher como eu de machista? Quem terá sido a machista?!
Vamos à parte séria. É o Movimento MeToo a entrar em Portugal pela porta mais frágil, o nosso crónico atraso, o peso desmesurado do futebol na economia do país. O caso Ronaldo é o mote para a defesa do fim da presunção de inocência. Várias pessoas vieram a público esta semana, entre elas o ex-ministro da Administração Interna Rui Pereira no Correio da Manhã, afirmar com base em "estudos" que as vítimas de abusos sexuais não mentem, deve-se presumir que os homens são culpados até prova em contrário. O MeToo, embora pareça de esquerda, porque é "amigo das vítimas", trata-se de uma reacção mundial conservadora em curso em vários países que defende que em nome da segurança deve-se diminuir a liberdade, ou suprimi-la em parte. É um movimento conservador contra as Luzes.»
Luta de sexos, o novo feminismo?, uma conversa de Teresa Rita Lopes e Raquel Varela
Aditamento: transferi Raquel Varela para o baú da esquerda inteligente, o que é uma espécie de promoção.
Olhe que não... olhe que não!
ResponderEliminarTenha atenção às palavras que ela utiliza... movimento conservador... repito... con-ser-va-dor... está a tentar lavar mais branco, dando a entender que esse movimento que é do mais politicamente correcto que há (e de esquerda, claro está) é afinal conservador... Era de lhe perguntar o que é que realmente esse movimento pretende conservar...
«quem ousou tratar uma jovem mulher como eu...»
ResponderEliminarQuem terá sido o pitosga?
A haver uma esquerdista inteligente será J Amaral dias(sempre me pareceu alguém com mais bom senso que o normal vindo daqueles lados).Vejam seu artigo "pensar alto" hoje no CM,não tarda está a ser atacada pelas gentes da "superioridade moral esquerdista".
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