09/09/2018

ESTÓRIA E MORAL: Vedetismo, desculpas esfarrapadas e má-educação

Estória

Era uma vez a melhor tenista das últimas gerações, com 23 torneios Grand Slam e 6 US Open no activo, que esperava ganhar o seu 24.ª e 7.º, respectivamente, numa final tendo como adversária uma miúda talentosa de 20 anos, que nunca tinha ganho um torneio.

No primeiro set, Naomi Osaka, a miúda talentosa japonesa-haitiana, deu uma lição de ténis à veterana Serena Williams com 6-2, sem se deixar afectar pelo ruidoso bando de apoiantes de Serena. No segundo set, o treinador de Serena fez um claríssimo gesto de coaching (na circunstância indicação para subir à rede), que mais tarde ele próprio admitiu, mas que provavelmente Serena não terá visto. O árbitro, o português Carlos Ramos, cumprindo o regulamento, fez uma advertência a Serena porque o coaching não é permitido no torneio. Serena reagiu emocionalmente negando. Pouco depois, quando Naomi lhe quebra o serviço no 3-3, Serena descontrola-se, bate com a raquete no chão, partindo-a, recebendo a segunda advertência de Carlos Ramos e perdendo um ponto, mais uma vez de acordo com o regulamento.

É nessa altura que Serena se descontrola completamente, insultando Carlos Ramos, chamando-lhe ladrão e mentiroso, exigindo que lhe pedisse desculpa e dizendo que ele jamais arbitraria uma partida dela. Carlos Ramos aplica outra vez o regulamento e penaliza Serena que perde o oitavo jogo do segundo set que fica em 5-3 a favor de Osaka. De seguida, Serena chama ao court dois dirigentes do US Open e continua a gritar os seus argumentos acrescentando-lhe a discriminação sexual, um argumento definitivamente desonesto numa competição feminina. Segundo ela, os jogadores homens dizem e fazem muito pior e não lhes acontece nada.

No final, a vitória de Naomi foi abafada pelos guinchos dos apoiantes de Serena e a miúda, penalizada, pediu desculpa à turba por ter ganho.

Moral

É justo que uma miúda talentosa que se comporta como uma adulta vença uma vedeta adulta que se comporta como uma miúda mal-educada.

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