21/07/2018

SERVIÇO PÚBLICO: As consequências do comportamento «crescentemente errático» de Juncker

Em retrospectiva: há dois anos a revista alemã Spiegel caracterizava o comportamento do presidente da Comissão Europeia Juncker como «crescentemente errático» e deixava implícito que tal se poderia dever ao «seu consumo de álcool» - abertamente admitido nos bastidores de Bruxelas e na imprensa inglesa.

O último episódio público de comportamento errático (registado em vídeo pela Associated Press) tornou evidente o grau de alcoolemia.

Hoje Jean Quatremer, um jornalista um profundo conhecedor do ambiente à huis-clos em que se move a eurocracia, escreveu no Spectator um artigo (Jean-Claude drunker) sobre o tema que vai para além da alcoolemia e foca as consequências de se ter no governo da UE uma criatura incapaz de governar. Aqui vai um excerto:

«Os vídeos sugeriram um homem manifestamente gravemente doente, incapaz de se mover sozinho. Em outras palavras, levanta a questão de sua capacidade de governar. Não é por acaso que ele se tornou totalmente dependente de Martin Selmayr, o seu ambicioso secretário geral e antigo chefe de gabinete (e arquitecto da sua ascensão ao topo da UE). Não é por acaso que Juncker violou as regras da função pública europeia para nomear Selmayr responsável pelo aparelho administrativo de 33 mil funcionários.

Juncker até ameaçou demitir-se se o Parlamento Europeu exigisse a demissão do seu protegido numa jogada sem precedentes para um político. A degradação de Juncker, combinada com o poder do Selmayr sugere uma solução original em que o Presidente se transforma num fantoche. Afastamos a cortina encharcada de gin e podemos ver que a influência real é exercida por Selmayr, um eurocrata não eleito que não presta contas a ninguém.»

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