Outras preces.
Com bastante atraso, registo um retrato de Marcelo Rebelo de Sousa pelo seu amigo (?) José Miguel Júdice na TVI de há 3 semanas, com um sumário no Jornal Eco («Marcelo, é difícil vencer a natureza profunda»), que evoca muito justamente a fábula do escorpião e do sapo (que Júdice troca pelo boi) para caracterizar Marcelo.
Vale a pena ler esse retrato do qual, à laia de teaser, respigo algumas passagens, começando por uma que explica porque razão quando leio o semanário de reverência fico com a impressão que têm um correspondente residente na área de Broca do cérebro presidencial:
«As mais recentes informações que o Presidente da República quis fazer circular (e ele afirmou que seria o único porta-voz de Belém…), sobretudo como é habitual em notícias de Ângela Silva do Expresso, mostram a outra face da moeda.
Basicamente, o Presidente continua (e agora de forma descarada, o que me parece institucionalmente grave) a ter como principal objetivo impedir a maioria absoluta do PS, e só tem estado mais calado para dar espaço a que Rui Rio se afirme como líder forte da oposição.
[...]
Infelizmente, estou a convencer-me que a história do escorpião (que no meio do rio pica o boi e acaba a morrer afogado com ele) não é de recusar como hipótese explicativa. É pena que assim seja, dirão os seus verdadeiros amigos? É verdade. A um homem que se aproxima dos 70 anos “nada se recusa”, como disse Mário Sá Carneiro a outro propósito? Claro que sim.
Mas o que mais lamento é que isto me faz lembrar demasiado o famoso “Super-homem” da minha infância: tinha tudo para salvar o mundo e dedicou-se a ajudar velhinhas a atravessar as ruas. Hoje, dir-se-ia que seria recordado pelos milhares de “selfies” com que encheria o Instagram dos portugueses e não por aquilo que realmente a longo prazo é essencial.»
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